Olá pessoal, tudo na paz? Ontem eu estive vasculhando os cafundós dos meus HDs e encontrei tanto material legal que ainda não foi publicado por aqui! Foi motivador! Tanto que hoje quero compartilhar com vocês a minha experiência conhecendo o Antelope Canyon, um dos lugares mais interessantes que já conheci nos Estados Unidos.

Visitar o Antelope (site oficial aqui) não é nada fácil (nem barato também!), mas acredito que de fato esse é o lugar mais “Instagramável” dos desertos presentes no estado do Arizona. Esse foi um dos destinos principais na minha roadtrip pelo sudoeste americano que realizei uns tempos atrás (visitamos Arizona, Nevada, Utah, Wyoming e Idaho). Vou contar em detalhes pra você como eu fiz pra chegar até lá, como me desloquei, como visitei esse lugar fantástico e te inspirar a realizar algo parecido, pois de fato valeu cada centavo que foi investido.

Foto registrada no interior do cânion
Foto registrada no interior do cânion

Nossa viagem pelo Arizona começou em Phoenix, ficamos ali nos preparando por uns dois dias até romper rumo ao Grand Canyon (esse é assunto de outro post tá bom?!). De lá nós partimos para Page, a cidade localizada ao lado do Lago Powell onde a brincadeira começou a ficar divertida 😀 Ali a gente encontrou um luga pra dormir (vou te contar também um pouco mais sobre isso em breve) e nos preparamos para a aventura que começaria na manhã do dia seguinte.

Conhecendo o Lower Antelope Canyon em Page

A pequenina cidade de Page reserva grandes aventuras para quem a visita com tempo e grana viva no bolso. Por ali é possível partir para dezenas de passeios interessantes no deserto do Arizona. Já próxima da fronteira com o Utah, ela também é caminho pra quem deseja conhecer a região da tribo Navajo e o estradão infinito do Monument Valley. Contudo eu estava ali por dois motivos: queria ver o Horseshoe Bend, uma imensa curva em forma de ferradura que acompanha o curso do rio Colorado. Esse lugar se localiza a poucos quilômetros da cidade de Page no Arizona e relativamente próximo do Grand Canyon.

Horseshoe Bend em Page - Arizona
Horseshoe Bend em Page – Arizona

A segunda principal atração que eu buscava tanto em Page eram os cânions Antelope (pois são dois, o upper e o lower). Tudo funciona assim: você acorda cedinho, vai na agência que faz os passeios – é, não dá pra fazer por conta própria – compra o ticket do tour para o horário que você quer ir visitar o cânion e aí então você fica livre para explorar as imediações. Eu escolhi dar um pulinho no Horseshoe Bend pra matar o tempo até a hora que o meu tour fosse sair. Prometo também pra você que logo depois desse post, eu escreverei um novo só falando sobre essa ferradura no meio do deserto, tá bom?! Bora focar no Lower Antelope Cânion!

Como funciona o passeio até o Lower Antelope Canyon

Quando deu perto da hora de ir fazer o tour, acredito que a gente marcou pra ir bem próximo da hora do almoço, fomos em direção ao estacionamento e ficamos por ali matando um tempo até faltar uns 15 minutos pra hora marcada. É justamente por conta do horário que faz-se importante chegar mais cedo e garantir o ingresso antes, desde que os horários de visitação são agendados previamente por temporada.

O Antelope Canyon é um local popular para fotógrafos e turistas, e uma fonte de negócios de turismo para a Nação Navajo. Empresas de turismo privado têm permissão para oferecer excursões desde 1987. Ele tem sido acessível por grupos turísticos somente desde 1997, quando a Tribo Navajo fez dele um Navajo Tribal Park.

Lower Antelope Canyon no Arizona - Estados Unidos
Lower Antelope Canyon no Arizona – Estados Unidos

Entre a primeira semana de março e novembro os tours começam às 7:45 da manhã, partindo a cada 30 minutos, sendo que o último sai às 4:30 da tarde. Da segunda semana de novembro até a última semana de fevereiro os tours começam às 8:45 e vão até as 3 da tarde. O preço para visitação é de U$ 40,00 (para adultos maiores de 13 anos de idade) + U$ 8,00 da permissão cobrada para visitar os parques Navajo Nation. É bom levar água (no mínimo umas duas garrafinhas por pessoa), calçados de caminhada na areia, um chapéu ou boné pra caminhada no sol do deserto até a boca de entrada do Cânion e baterias recarregadas de câmeras e telefones, você vai querer tirar um milhão de fotos quando entrar.

Eu devo ser franco ao confessar que de fato é um pouco desesperador chegar na fila de entrada dessa atração. Existiam centenas de pessoas em uma fila indiana múltipla em baixo de uma cobertura feita no meio do deserto onde os tours iam saindo pouco a pouco. Ainda assim, quando chegou a nossa vez de entrar, foi avassalador a quantidade de gente que veio junto! Fiquei desesperado pensando que não iria conseguir nenhuma foto que prestasse! Só que meu desespero foi passando aos poucos quando percebi que os guias eram bem inteligentes e sabiam lidar com as massas turísticas que visitam essa região em peso!

Fila pra realizar o passeio que leva até o Canyon Antelope
Fila pra realizar o passeio que leva até o Canyon Antelope

A gente ficou ali se apertando naquela fila no calor escaldante do deserto do Arizona, esperando a nossa vez de ir adiante rumo aos cafundós do Lower Antelope Canyon, quando de repente um dos guias se apresentou como sendo o responsável pelo grupo do horário em que eu estava agendado. Caminhamos por alguns minutos na areia fofa do deserto até chegar a uma escada que levava até ao fundo do cânion. Fomos alinhando e descendo um a um e de repente estávamos lá embaixo, em meio a uma profunda fenda natural com formações rochosas que mais pareciam ter sido desenhadas por um editor de fotos como o Photoshop 😛

Entrando no Lower Antelope Canyon

Fila de turistas descendo as escadas para o interior do Lower Antelope Canyon
Fila de turistas descendo as escadas para o interior do Lower Antelope Canyon

Fiquei de fato impressionado com o quão majestoso era aquele ambiente. Intocado ali dentro por mãos humanas, edificado única e exclusivamente pela força da natureza, uma preciosidade turística que de fato valeu todo o esforço investido para chegar até ali. A pergunta mais frequente que escuto sobre esse assunto é a seguinte: “Lower X Upper Antelope Canyon, qual vale mais a pena?!”, bom deixa eu falar um pouco sobre isso aqui antes da gente continuar o passeio Lower Antelope a dentro, tá bom?!

Eu não cheguei a visitar o Upper Antelope Canyon, até mesmo pois haja dinheiro né pra isso! Largar 100 dólares em um dia, numa única atração é meio pesado pra bolsos brasileiros livres de propinas kkkk! Então eu coloquei meu foco naquilo que parecia ser mais interessante, que bombasse menos com turistas (se é que isso é possível por aqui) e que de fato entregasse uma experiência mais autêntica.

O Antílope Superior é consideravelmente mais popular tanto na visitação em geral quanto na quantidade de pessoas no canyon em cada visita. Uma queixa comum ao longo dos anos é que o Antílope Superior costuma ficar muito lotado quase sempre! O Lower Antelope é tão bonito quanto o Upper Canyon, mas tem sérios problemas de mobilidade para qualquer um com problemas de locomoção ou dificuldades físicas. No mínimo, você deve ser capaz de subir várias escadas em alta inclinação para conseguir visitá-lo. Então a decisão foi tomada quase que instintivamente né pessoal?!

A caminhada dentro do Lower Antelope Canyon

Uma vez dentro do cânion, funciona mais ou menos assim: o guia vai falando um monte de informação, tirando fotos da galera, mostrando as principais formações rochosas, os lugares perfeitos para ver os feixes de luz do sol, eles são OS CARAS nesse lugar! De fato realmente muito conhecedores, imagine se não seria?! Apenas duas empresas exploram o turismo na região, os guias trabalham ali por anos e mais anos em sequência, conhecem esse lugar como a palma das mãos.

No interior do Lower Antelope Canyon - Arizona - EUA
No interior do Lower Antelope Canyon – Arizona – EUA

Eu aproveitei pra fazer amizade com um dos meus guias, o que foi um grande bônus pro meu passeio! Com o auxílio do guia eu consegui registrar fotos espetaculares pois ele sempre me alertava da melhor composição durante o nosso deslocamento! Sem contar as inúmeras vezes que ele tomava o telefone ou a câmera das minhas mãos para fazer a foto ele mesmo! Com amigos a gente vai longe, não é mesmo! Entre um grupo e outro sempre ficava uma lacuna no meio do cânion, por ser muito apertadinho, alguns lugares só dá pra passar um por um mesmo, e eram esses momentos os mais valiosos de toda a experiência, desde que surgiam as oportunidades da gente ficar praticamente sozinho!

Dicas para tirar fotos nos Cânion Antelope

A principal dica é tentar ficar sozinho! Eu conversei com meu guia e ele era tão gente fina que ele fazia questão de deixar todo grupo partir e nos chamava pra trás pra conseguir fazer fotos praticamente sozinho quase sempre! Isso me tranquilizou bastante, pois quando vi a quantidade de gente que estava agrupada nos primeiros momentos, cheguei até a acreditar que tinha feito uma grande besteira em ter me esforçado tanto para conhecer esse lugar.

Turistas aglomerados dentro do Canyon Antelope
Turistas aglomerados dentro do Canyon Antelope

Enquanto um guia tenta levar o povo pra frente, vem outro guia fechando o grupo, tentando empurrar o povo que vai ficando pra trás! Se você for bem astuto, vai conseguir ficar separado do seu grupo quase sempre, o que faz com que você tenha a oportunidade de registrar fotos praticamente sozinho dentro do cânion. Tente encontrar os feixes de luz do sol que invadem o cânion em certos lugares, as fotos ficam espetaculares quando você consegue focar o feixe de luz!

Outra vantagem interessante pode ser levar uma gopro, ou uma lente do tipo “olho de peixe”, já que o ambiente é tão apertadinho, esses equipamentos podem acabar sendo úteis, capturando ainda mais profundidade no ambiente. O mais interessante a ser observado são as “camadas” de cores nas paredes dos cânions. Isso se deve à formação deste lugar, diretamente relacionada com a erosão do arenito chamado de Navajo SandStone.

Complemento perfeito para uma viagem ao Grand Canyon
Complemento perfeito para uma viagem ao Grand Canyon

A água da chuva, especialmente durante a estação das monções, tende a correr rumo à extensa bacia localizada acima das seções do desfiladeiro, obtendo velocidade e areia à medida que ela penetra nas estreitas passagens. Com o passar do tempo, as passagens corroeram-se, tornando os corredores mais profundos e arredondando as pontas e extremidades de pedra, compondo hoje um tipo de forma bem característica, como se fossem “fluidas” na rocha.

Lower Antelope Canyon
Lower Antelope Canyon

De fato percorrer o cânion é um pouco complicado pra quem possui limitações de locomoção. Eu diria também que é necessário ter um certo preparo físico pra conseguir vencer a trilha de ponta a ponta sem ficar com a respiração ofegante de vez em quando, contudo no contexto geral eu diria que essa trilha é comparada a um verdadeiro bailar entre as paredes de pedra areosa. A trilha é mais longa do que a do Upper Antelope Canyon, é mais estreita em certos pontos você precisa se agachar ou se esquivar.

Concluindo…

Apesar dessas limitações, o Lower Antelope Canyon atrai um número considerável de fotógrafos, os visitantes ocasionais são menos comuns aqui do que no Upper Canyon, mesmo assim é tanta gente que no começo você assusta e pensa que não vai ter os “seus momentos” pra apreciar o cânion sem ninguem aparecer nas fotos.

Excursões específicas para fotógrafos estão disponíveis para reservas por volta do meio-dia, quando o raio de luz estiver no auge. Fotógrafos são obrigados a trazer um tripé para participar.

Turistas saindo do Lower Antelope Canyon
Turistas saindo do Lower Antelope Canyon

O Lower Antelope Canyon tem o formato de um “V” é mais raso do que o superior, e vai por mim o momento de ir são nas primeiras horas do dia ou no final da manhã, como eu fui no começo da tarde, deu um pouco mais de trabalho pra ver os feixes de luz, mas mesmo assim conseguimos ver em alguns momentos.

Autor
Luiz Jr. Fernandes
Luiz Jr. Fernandes
Sou um analista de sistemas, fotógrafo, autor deste blog e viajante profissional. Já conheci mais de 70 países em todos os continentes do mundo. As minhas matérias são 100% exclusivas, inspiradas em experiências reais adquiridas nos destinos que visito. Obrigado por ler e acompanhar o meu trabalho.
Comentários do Facebook

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *