Continuando o nosso island hopping por algumas das ilhas localizadas no sul da Tailândia, é chegada a hora de conhecer Koh Mook, ou Koh Muk, uma ilha paradisíaca pertencente ao estado/província de Trang, que parece ainda não ser bastante conhecida por brasileiros.
Foram 2 dias completos explorando essa ilhota, que em um primeiro momento nos pareceu ter sido esquecida no tempo. Depois de ter desfrutado das maravilhas de Koh Lipe durante 7 dias que pareciam não ter fim, teríamos a opção de visitar uma nova ilha ao longo do caminho que nos conectou pelo mar desde a fronteira da Malásia até a paradisíaca Koh Phi Phi.
Pesquisamos por vários dias na internet sobre informações das principais ilhas que estavam no roteiro entre Lipe e Phi Phi, poderíamos ter escolhido várias ilhas diferentes, contudo optamos por ficar na ilha que estivesse mais no meio do caminho. Foi quando nosso destino acabou sendo a ilha de Koh Mook.
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Ilhas no sul da Tailândia
O roteiro que nos levou de Koh Lipe até Koh Mook fez duas paradas em outras ilhas que pareciam ser muito atrativas também, as chamadas Koh Bulone e Koh Kradan. Devemos confessar que poderíamos passar vários meses pingando de ilha em ilha até chegar ao destino final com tantas atrações espetaculares! Além de destinos muito econômicos e de fato verdadeiramente paradisíacos, essas ilhas tailandesas possuem a infra-estrutura necessária para abrigar turistas pelo tempo que for preciso.
Praia em resort da ilha de Koh Mook
Nessa oportunidade cheguei a conhecer alguns viajantes que estavam fazendo o tour pelas ilhas em verdadeira “câmera lenta”, passando uma semana em cada um desses pequeninos pedaços de paraíso. Já pensou você e a pessoa amada descobrindo as belezas que não estão nos guias de turismo brasileiros? Foi muito difícil encontrar informações sobre essas ilhas até mesmo em outros idiomas. A vibração que encontramos nos ares de Koh Mook é de longe diferente daquele burburinho inicial de quem chega a Koh Phi Phi, com gente por todos os lados, vendedores, barcos e uma infinidade de outras coisas, aqui a vida anda mais lenta.
Próxima parada: Koh Mook
Ainda rompendo dentro do speed boat percebemos que apenas os integrantes do nosso grupo possuíam adesivos colados na roupa com destino a Koh Mook; essa é a forma na qual os integrantes da tripulação conseguem distinguir os diferentes destinos dos viajantes, com adesivos coloridos que vão colados junto ao peito e que possuem escritos em letras bem destacadas os nomes das ilhas que serão os destinos finais de cada turista. Quando você repara que o seu grupo será o único a desembarcar em uma ilha tailandesa dentro de uma embarcação repleta de turistas, você pode começar a pensar que está indo para um lugar muito exclusivo (ou muito horrível né kkkk). Mas assim consideramos Koh Mook: um lugar muito exclusivo.
Com apenas uma rodovia asfaltada, um vilarejo, alguns restaurantes, várias fazendas e a vida normal de algumas pessoas que ainda aparentam não estar muito bem ambientadas a receber turistas de vários lugares do mundo.
Explorando ilhas paradisíacas no sul da Tailândia
Essa não é a ilha para você que procura badalação. Não há muitos bares, tampouco restaurantes badalados repletos de turistas procurando diversão. Você pode se encontrar caminhando sozinho pelas ruas de Mook a partir das 8 da noite. Não foi preciso mais do que alguns minutos para que alguns moradores locais se aproximassem buscando interações. As primeiras impressões foram muito boas, é sempre muito positivo para qualquer viajante ao chegar em um novo destino e ser recebido com sorriso no rosto, pé na areia e algumas alternativas para se gastar um pouco mais dinheiro 😀
A embarcação que fazia o island hopping desembarcou-nos do outro lado da ilha, longe alguns minutos do vilarejo. Era impossível caminhar com bagagens de um lado para o outro, foi preciso locar uma espécie de moto que tinha um bagageiro capaz de levar até 3 passageiros com bagagens. Não há carros em Koh Mook. Apenas uma estradinha de chão conectava o grandioso resort de Charlie Beach até a estreita rodovia pavimentada por onde conseguimos nos deslocar até o vilarejo.
Koh Mook, ilha pouco conhecida por brasileiros que visitam a Tailândia
O sentimento interessante de que éramos os únicos visitantes a desembarcar naquele dia não queria deixar o nosso interior. Era tudo novo, não tínhamos conhecimento de nada que viria adiante, contudo sabíamos que era algo bem mais tranquilo e sossegado do que fora experimentado até então em Koh Lipe. Agora e a beleza?! Será que seria a mesma? Encontraríamos por ali mar e natureza exuberante assim como encontramos em Lipe?
Uma das únicas rodovias asfaltadas de Koh Mook
Estávamos envolvidos por um MIX de emoções relacionadas à curiosidade da descoberta de uma nova ilha, com um certo toque de exclusividade ao qual fomos submetidos ao sermos os únicos visitantes a desembarcar nas areias de Charlie Beach. Conseguimos reservar uma alternativa de hospedagem pela internet localizada bem no meio do vilarejo pela bagatela de 33U$ a diária. Informamos o local de nossa pousada em inglês ao motorista de nossa condução, que com um largo sorriso no rosto confirmou que conhecia o destino e que era um lugar realmente muito bom para ficar.
Fotos do antigo rei tailandês em residência humilde na ilha de Koh Mook
Ao chegar no pequenino vilarejo encontramos mais ingredientes para complementar o MIX de emoções que já borbulhava dentro de nossos interiores. A vila era muito pequenina, nada turística, não era bonita também, contudo era muito autêntica, nada desenhado para turista ver. Isso tudo me faz cair de amores por Koh Mook. Logo nos primeiros instantes em que chegamos na pousada, largamos as bagagens e saímos para conhecer o vilarejo, comer algo e planejar os próximos episódios de nossa estadia.
Uma ilha sem carros, mas com motos em excesso!
Nenhum carro, mas haviam motos em excesso! Um absurdo ver uma ilha tão pequenina com tantas motocicletas estacionadas por todos os lados. Era a verdadeira Tailândia que estávamos ali a reconhecer em uma remota ilha, que em um primeiro momento não parecia nada amigável ao turismo, mas que poderíamos estar prontos para adquirir novas experiências que elevariam grandiosamente nosso nível de aprendizado sobre esta nação.
Foi um primeiro dia de reconhecimento: fomos para a praia do cais caminhando, visto que nosso hotel era realmente muito próximo do inconfundível cais presente no vilarejo. De lá caminhamos até a pontinha do Sivalai Beach Resort com aquele sentimento de que éramos os únicos estrangeiros por ali. Tudo era muito bonito nas imediações das praias, porém dava dó caminhar no meio do vilarejo, sempre tentando entender os motivos pelos quais os nativos juntavam tanto lixo ao redor de suas residências.
Lixo abandonado em uma área residencial do vilarejo de Koh Mook
Não era possível julgar nada, já que o lixo para uns pode ser a riqueza de outros. Focamos nossos objetivos em descobrir o que havia de melhor em Mook. Passamos a tarde inteira nas areias brancas do Sivalai Beach Resort, que nos pareceu uma alternativa de hospedagem muito bem cuidada, contudo que estava quase que abandonado. Existiam verdadeiramente pouquíssimos turistas hospedados por ali. Enquanto nos divertíamos na praia, foi possível perceber que o turismo estava realmente em baixa, desde que existiam vários hotéis com perfil de pousada pé na areia que estavam completamente desertos.
Emerald Cave e o que fazer em Koh Mook?!
Ficamos a tarde inteira sozinhos na areia. Saímos de volta ao vilarejo, tomamos uma ducha ainda no Sivalai e com menos de 10 minutos estávamos de volta ao Mook Ing Lay Hotel, nossa alternativa de hospedagem para os dias em Koh Mook. Uma vez ali, procuramos descobrir se existiam maneiras mais interessantes para fazer um tour no dia seguinte, afinal de contas não poderíamos deixar de conhecer os principais atrativos turísticos de Koh Mook.
Para visitar a praia foi preciso adentrar nadando por uma caverna
A maior recomendação dos sites, guias turísticos e até mesmo dos locais em Koh Mook era a visita a uma caverna chamada Emerald Cave, localizada em uma grande falésia rochosa que fica do outro lado da ilha. O taxista que nos levou de Charlie Beach até o vilarejo nos recomendou um amigo que possuía uma embarcação (long tail boat) e poderia fazer um preço interessante para o passeio privado. Ele nos procurou no final do dia na pousada e disse que faria o tour ao nosso tempo, sem correrias, no outro dia pela manhã e que seria o melhor preço da ilha. Se não me engane foram R$ 70,00 para 3 pessoas por umas 4 horas de passeio.
Praia secreta, acessível por um buraco nas rochas
Ele então nos levou até a Emerald Cave. Funcionou mais ou menos assim: navegamos do cais do vilarejo até a entrada da Caverna Esmeralda, amarramos o long tail boat a uma corda que fica na entrada da caverna. Nesse momento foi preciso nadar até a praia que fica logo após a entrada da caverna, com alguns momentos em total escuridão. O barqueiro experiente levou uma lanterna a prova d’água e bolsas secas (dry bags) onde foi possível colocar até mesmo uma câmera DSLR. Muito atencioso com todos do nosso grupo, ele coordenou a travessia até a praia, tirou fotos, nos contou histórias sobre a vida dele em Koh Mook em um inglês muito bom! Foi realmente uma experiência válida.
Lugar paradisíaco para praticar snorkel em Koh Mook
Do lado de fora da caverna, há uma lagoa rodeada por plantas tropicais e uma praia. A Caverna Esmeralda foi nomeada assim porque dentro do túnel que é preciso atravessar nadando, quando o sol brilha na água, reflete uma luz colorida em toda a parede da caverna. É bom visitar esse lugar entre as 10h00 e as 14h00, quando o fenômeno acontece com mais intensidade. Outra recomendação é fazer o passeio na maré alta para aproveitar a praia que se forma em seu interior.
Mergulho com snorkel em Koh Mook
Depois de ficar por algumas horas e divertir bastante nadando na escuridão daquela caverna, o barqueiro nos convidou para visitar um lugar que ele chamou de “secreto”. Segundo ele era um dos melhores lugares na ilha para praticar snorkel. Ficamos impressionados com a transparência da água, com a beleza das anêmonas e corais e principalmente pela quantidade de peixes que encontramos por ali.
Peixe palhaço observado se abrigando em uma anêmona
Mergulhamos até ficar enjoados! O guia foi extremamente gentil, tranquilo e amigável do começo ao final do passeio. Depois de praticar snorkel ele ainda nos levou para dar uma volta completa na ilha. Já passava do meio dia quando voltamos até o vilarejo. Aproveitamos o resto da tarde para almoçar em um restaurante típico e depois caminhamos pelas ruazinhas do vilarejo, tirando fotos, interagindo com os locais e admirando paisagens de tirar o fôlego.
Ilha na Tailândia com pouco desenvolvimento turístico
Como disse antes, este não é o lugar para quem procura agitação. Não é o lugar para quem deseja ter estrutura turística, não é o lugar para quem não gosta de se alimentar com comidas simples, naturais, nativas. Este é o lugar para você que deseja sair do trivial, que deseja conhecer um novo destino fora dos tradicionais roteiros turísticos que levam centenas de milhares de visitantes a realizarem atividades semelhantes nas mesmas ilhas tailandesas.
Cais principal do vilarejo de Koh Mook em período de maré baixa
Foi um destino onde paramos um pouco no tempo, tanto na estrutura quanto na exclusividade ‘à qual nos sentíamos envoltos constantemente. Mesmo encontrando um estrangeiro ou outro de vez em quando, ainda parecia que éramos os únicos a explorar essa ilha da Tailândia. Foi perfeito para fazer people watching (observação de pessoas), fantástico para se sentir único nas praias, sensacional para vivenciar a realidade do povo tailandês, que vive literalmente – ILHADO – em um pequeno pedaço de paraíso fora do foco turístico de sua nação.
Vida normal (e precária) que segue entre os habitantes de ilhas no sul da Tailândia
Esta é a alternativa perfeita para quem deseja explorar ilhas que não estão nos guias de turismo. Pode ser a base fundamental para quem desejar ir além, obtendo a oportunidade de desbravar ilhas com nomes desconhecidos em nosso país, tal como Koh Kradan ou Koh Ngai (dois lugares que podem ser visitados em passeios de um dia completo). Esta é uma ilha que é chamada de LAR por mais ou menos umas 400 famílias. Eles são em sua grande maioria fazendeiros ou pescadores, é o lugar ideal para quem busca interação com pessoas que possuem estilo de vida simples, contudo muito interessante.
Barcos atolados com a maré baixa no cais do vilarejo de Koh Mook
Caso opte por conhecer Koh Mook e explorar as maravilhas que existem nesse pequenino território da Tailândia, não deixe de conhecer o grandioso pé de caju que tem na entrada do vilarejo. Ele estava carregadíssimo com frutas maduras na oportunidade em que visitamos Koh Mook, foram o complemento ideal para os dias de calor em que passamos por ali.
Cajus maduros e deliciosos na ilha de Koh Mook
Muitos hotéis e pousadas podem ser encontrados na praia de Haad Farang permanecendo ativos apenas na alta temporada (entre novembro e abril), mas alguns deles ficam abertos durante todo o ano. Por U$ 33,00 (cerca de R$ 100,00), conseguimos hospedagem em quarto com cama de casal com ar condicionado, frigobar e banheiro privado.
Hospedagens em Koh Mook
Há uma seleta quantidade de acomodações na ilha. Isso era um dos nossos grandes temores, chegar a uma ilha com poucos hotéis, sem reservas e todos estarem lotados. Os preços das alternativas de hospedagens estavam bem interessantes, sendo que estávamos viajando em baixa temporada (meio de fevereiro).
Pousada Mook Ing Lay, em Koh Mook
Boa parte das alternativas de hospedagem presentes em Koh Mook possuem estrutura básica para viajantes econômicos, o que significa que você encontrará alternativas entre chalés de bambu básico apenas com ventiladores, ou bangalôs com ar condicionado com valores de diárias um pouco mais elevados.
Nessa ilha é possível encontrar bares/restaurantes que atendem nas praias (alguns deles fazem parte dos dois principais resorts da ilha). Também é possível encontrar lugares para alugar motos ou bicicletas, é muito fácil contratar uma embarcação direto no cais para fazer passeios ou visitar as ilhas mais próximas. Koh Mook é oficialmente parte da província/estado de Trang. A balsa (ferry boat) leva cerca de 45 minutos de Trang para Koh Mook, enquanto pode demorar até quase quatro horas desde Krabi. Um lugar para você que quer encontrar um paraíso particular, autêntico, pouco desenvolvido e que ainda não está nos guias turísticos brasileiros.