Uma vez em Barbados e você se apaixonaria facilmente por um dos esportes mais viciantes que pratiquei em toda minha vida: o free dive. Convenhamos que não é qualquer destino no planeta que faria você se apaixonar por um dos mais interessantes métodos de exercitar o seu corpo: fazendo parte do ecossistema de um aquário natural. Barbados é propícia para isso e durante minha estadia nesta ilha fiz questão de aproveitar boa parte do tempo explorando o que este verdadeiro zoológico submerso poderia oferecer. O maior atrativo em mergulhar por conta própria é a liberdade em poder aproveitar o tempo da sua forma, parar onde quiser, gastar vários minutos apenas observando um coral completamente tomado por peixes, crustáceos e microorganismos: assim é o free-diving!
O mergulho livre é uma forma de submergir, mas que não exige do mergulhador a necessidade do scuba (cilindro de oxigênio) ou qualquer outro mecanismo de respiração, mas que requere grande habilidade no controle de fôlego, desde que é necessário conhecer os métodos de compensação da quantidade de oxigênio nos pulmões conforme determinada profundidade que é alcançada. E acreditem que não para por aí, dentro desta modalidade de mergulho que incluem a necessidade de prender a respiração, existem várias outras técnicas, tais como o free diving photography (fotografia submarina), Spearfishing (pesca submersa com arpão), a apnea e até algum nível pode se considerar que o snorkeling em súmula é free diving. Há casos mais extremos em que existem até competições de apnea, onde os mergulhadores têm como objetivos atingir a maior profundidade, tempo e distância possíveis em apenas uma respirada.
A Costa Oeste de Barbados é um convite aos amantes destas modalidades e até mesmo para quem está iniciando no snorkel. Encontrei profundidades que podem agradar a qualquer mergulhador e sempre com muita vida marinha! Cheguei a mergulhar com as tartarugas a uma profundidade média de 4 metros, em um navio naufragado que estava entre 8 e 10 metros, em vários outros pontos que variavam entre 3 e 8 metros, e sempre com uma visibilidade incrível.
Mergulhando em Barbados, um zoológico submerso
Meu gear (equipamento), para esta viagem foi bem simples: máscaras com graus (sim, tenho miopia e astigmatismo), um snorkel (que quero evoluir para um dry-snorkel) e só! Tínhamos uma câmera compacta sem case nikon que também evoluiu nessa viagem para uma Lumix TS4 com um case Ikelite. Já tenho uma certa experiência com mergulhos, mas recomendo muito a quem deseja iniciar nessa arte, que faça um curso básico antes, com um profissional certificado, pois pode ser realmente muito perigoso para quem não tem prática e experiência com o controle do fôlego e da compensação. Outra habilidade que, bastante requerida, é o controle da flutuação! associada a uma boa noção de profundidade.
Como possuia um veículo, parti da altura do The Club Barbados até o topo da Costa Oeste parando nas melhores praias, aproveitando melhor os lugares onde os locais indicavam ser uma boa zona de mergulho, sempre tomando o tempo que fosse necessário. Aproveitei muito a oportunidade para explorar lugares com grande concentração de recifes, eu amo apreciar as texturas que cada espécie é capaz de formar.
Formas, cores e texturas de organismos que dependem de um ecosisstema sustentável
Uma vez no oceano e você não vai conseguir parar de explorar. A todo momento eu percebia várias semelhanças entre os corais de Barbados e os que vagamente me recordava das experiências em Cozumel. Em outras ocasiões eu ficava maravilhado com a forma na qual um mesmo oceano é capaz de ser residência de tantos organismos que são basicamente da mesma espécie mas que conseguem ser completamente diferentes e interessantes. Haviam vários instantes em que me sentia em uma região não muito familiar com a superfície, chegando até ao breve ponto de parecer que não estava no mesmo planeta que existia na superfície.
Algumas das belezas fotografadas abaixo do nível do oceano
As sensações são indescritíveis e altamente recomendadas a todos aqueles que desejam se aventurar. Eu acredito que devemos visitar os destinos e priorizar o que há de melhor em todos eles. Em Barbados você deve priorizar os mergulhos. Além de conhecer a cultura, aproveitar as noites regadas a muito rum e fruit punch, faça questão de investir bons momentos de sua viagem explorando o fundo do oceano, conhecendo as novas espécies de vida que são exclusivas desta região do Caribe e faça bom proveito das memórias que ficarão registradas para sempre.
Corais de todas as cores e tamanhos não muito longe da praia
Além do mais, como seria possível descrever o sentimento de euforia pelo qual seu consciente é tomado ao perceber que estava mergulhando em meio a tantos cardumes de peixes? Em uma calmaria sem fim, eles seguiam seu ritmo tranquilo de mergulho em grupo enquanto fazia questão de acompanhá-los apreciando a beleza do constrate das cores.
Praticando mergulho livre no lado caribenho de Barbados você está exposto a uma quantidade incontável de animais, sejam peixes em seus cardumes explendorosos ou corais que se agrupam formando verdadeiros jardins vivos submersos.
Cardumes eram encontrados a todo momento
E ainda consegui encontrar várias vezes alguns outros animais bastante surpreendentes para mergulhadores praticantes de free dive. Moréias são sempre muito bem vindas, mas as de Barbados estavam sempre muito tímidas. Encontrei várias delas em suas residências oficiais, e não estavam muito preocupadas em receber visitas. Até um baiacú foi avistado com facilidade não muito longe da superfície.
Uma tímida moréia e até um baiacu foi visto em mergulho livre
Agora com toda certeza, o mais supreendente aconteceu no finalzinho do meu segundo dia em Barbados. Seria o meu último mergulho livre, por volta das 5 da tarde. A região explorada não foi muito distante dos arredores do deck do The Club. Eu entrei na água sem muita esperança ou interesse de encontrar qualquer novidade, e quando eu menos esperava estava ela lá! Nadando muito próximo da superfície, sem a mínima preocupação com a minha presença, uma gigantesca tartaruga marinha fazia um mergulho vespertino com muito sossego. Consegui acompanhá-la por vários minutos, com a forte sensação de que estava em um rally aquático, sem muitas regras, sem tempo prédefinido no qual o único objetivo era se divertir com um animal que estava ali, livre em seu habitat natural.
Tartaruga que encontrei próximo ao deck do The Club em Barbados
Após muita alegria por ter acompanhado esta tartaruga por bons momentos em sua rotina diária, me despedi do mar caribenho que banha a Costa Oeste desta ilha, não teria mais tempo para explorar as belezas deste oceano, visto que no dia seguinte a esses mergulhos, eu só teria tempo para dar uma volta completa em Barbados e conhecer a Costa Leste, banhada pelo Atlântico. Após isso eu embarquei para uma viagem de 5 dias rumo a Nova York, que complementaria as experiências obtidas em novembro de 2011. Ainda falaremos mais sobre Barbados! Nas próximas oportunidades conheceremos um pouco mais sobre uma interessantíssima opção de hospedagem em Barbados, no Resort All Inclusive The Club. Vocês também terão o prazer de conhecer as delícias da
TV Boa Viagem mergulhando com uma tartaruga em frente ao deck do The Club
Esta foi uma viagem realizada no princípio do mês de setembro/2012 em que combinamos a oportunidade de voltar a Nova York com três dias incríveis de exploração acima e abaixo do nível do mar em Barbados, a ilha mais oriental do Caribe, servida por voos diretos semanais partindo do Aeroporto de Guarulhos em São Paulo. Como parceiros para a realização desta viagem, contamos com a hospedagem e todos os serviços do Resort All Inclusive Elite Island The Club, localizado em St. James na belíssima costa oeste barbadiana. Uma vez nos Estados Unidos firmamos parceria com a locadora de veículos HERTZ, que gentilmente nos ofereceu uma proposta de review dos serviços de locação de veículos em Nova York, proporcionando-me uma nova e completa experiência de imersão nas vias que conectam os 5 boroughs da Big Apple!