Quando optei por conhecer o Morro de São Paulo, localizado ao sul de Salvador, no litoral baiano, eu conhecia exatamente os motivos pelos quais gostaria de conhecer esse destino: quatro praias fantásticas, boa visibilidade para fazer snorkel, muita história e cultura pelas ruas do vilarejo, e outras alternativas interessantes de entretenimento. Realizei um passeio muito legal, que durou um dia todo, e que começou por volta das 10 da manhã, saindo da Terceira Praia e rumando para as piscinas naturais de Guarapuá. Para contratar este passeio não tive dificuldade nenhuma, visto que os vendedores ambulantes de passeios, devidamente registrados na prefeitura local, não dão trégua para quem está passeiando pelo Morro. A todo momento era surpreendido por um guia turístico querendo saber se gostaria de fazer o melhor passeio que havia na região: a volta no Morro com direito a uma paradinha em Boipeba, outra grande atração do arquipélago de Tinharé.
A pegadinha do passeio começou quando o guia mencionou que teríamos pouco tempo para as piscinas devido ao nível da maré. Sinceramente, eu conversei com o guia e disse que só havia topado ir no passeio por conta das piscinas e que ele deveria parar lá ao menos para alguns mergulhos, e ele acabou topando na hora. Não valeu a pena realmente. Um povão, muvuqueira, gente tomando cerveja por todos os cantos, suspensão na água e acabei não registrando fotos e mais do que depressa fiz questão de ser o primeiro a estar pronto para seguir viagem, afinal de contas, o meu real objetivo era conhecer Boipeba.
Boipeba – complementando Morro de São Paulo
Ao chegar na Ilha de Boipeba, o guia por padrão orienta os turistas a ficarem no bar que ele ganha comissões ou qualquer tipo de benefício. Como eu amo contrariar, primeiro objetivo foi chegar até o centro do vilarejo para almoçar por ali, já que teríamos algumas horas até seguir a viagem, e principalmente para conhecer um pouco mais do estilo de vida e estrutura turística do vilarejo, para quem sabe algum dia voltar e ficar hospedado algumas noites por lá 😀
Para chegar até ao centro de Boipeba, foi preciso caminhar por alguns minutos, visto que as embarcações atracam na Praia de Cueira. O turista que é desprevinido e preguiçoso, desce, senta na primeira barraca que vê, pede uma atrocidade de tira-gostos e bebidas, paga uma conta altíssima e não conhece o lugar que visitou. A recomendação deste humilde diário de bordo é simples: elimine o desejo pelo conforto e vá além, conheça o centro de Boipeba e deixe o entretenimento para quando voltar ao Morro.
Vilarejo de Boipeba: mix de beleza com simplicidade
O lugar é pequeno, uma pracinha no centro, com várias hospedarias, algumas distribuidoras de bebidas, restaurantes familiares, alguns mercadinhos e um povo muito agradável e receptivo. Onde chegava era muito bem tratado e procurava conversar com as pessoas, mesmo que por pouco tempo. Uma outra ótima dica que eu deixo para você que visitará este destino é de não deixar de experimentar o geladinho de cajá ou amendoin que eu encontrei na casinha de uma família em uma das ruas de Boipeba. Afinal a felicidade deve sempre estar nas coisas mais simples.
Caminhei por alguns minutos, tomei geladinho e almocei em Boipeba
Almocei uma bela e tradicional moqueca baiana, e logo depois já estava pronto para voltar até a praia e embarcar rumo até a próxima parada deste passeio: um bar flutuante em Canavieiras, que serve ostras como iguaria padrão. Já passava das 3 da tarde, o tempo estava ótimo o céu estava incrível e as fotos ficaram fantásticas. Esta parte do passeio é feita pelo rio e as ostras são gigantescas e acredite: são muito econômicas! Pra quem gosta vale a pena se esbaldar e pra quem não experimentou até hoje, então pode ser uma ótima oportunidade.
Paradinha em um bar flutuante de ostras nas proximidades de Boipeba
A parada no flutuante não durou mais do que uma hora, a paisagem é incrível e a viagem segue rumo a cidade de Cairu, para uma visita ao Convento de Santo Antônio. Muito verde, o visual do rio é realmente muito bonito e por padrão todas as embarcações que fazem esse tour atracam nesta cidade que fica no continente.
A beleza dos arredores do arquipélago de Tinharé
Ficamos por cerca de uma hora na cidade, que diferente de Boipeba e Morro de São Paulo possui carros e uma estrutura básica, tal como bancos, bares e restaurantes, hóteis e muito mais. Uma vez em Cairu, o que você pode fazer é aproveitar o tempo para conhecer melhor a cidade, que é bem pequena, possui casas em arquitetura colonial. Caso você se interesse um pouco mais pela história da região, pode valer a pena contratar como guia um dos garotos que ficam duelando pelos turistas que chegam no cais, eles realmente fizeram bem a lição de casa e dominam bem a oratória quando o assunto é declamar sobre o remoto passado desta região da Bahia.
Pelas ruas de Cairu, na Bahia
Cairu é aquele tipo de cidade que te faz pensar que realmente muita história aconteceu pelas ruas até chegarmos ao tempo atual. Edificada para ser a cidade que representaria a sede de 26 ilhas, entre elas Morro de São Paulo e Boipeba, é praticamente impossível visitá-la sem se encantar com a beleza da sua arquitetura muito bem preservada, casinhas ao estilo colonial, vida pacata e principalmente pela beleza do conjunto católico composto pela igreja e pelo convento de Santo Antônio, ambas construídas em um terreno mais elevado do que a própria cidade.
Cairu: Convento de Santo Antônio e mais…
O Convento tem uma bela cruz de pedra, com sua face voltada para o braço do mar que separa Cairu e Boipeba. Esta pequena cidade que até os dias atuais consegue conservar com sucesso seu aspecto de vila colonial é visitada por todos os turistas que partem do Morro de São Paulo decidindo fazer o passeio que dá a volta na ilha.
Não demorou muito para o guia começar a convocar o pessoal que estava no meu grupo para seguir viagem de volta ao Morro. Já era muito próximo da hora do pôr do sol e eu ainda acreditava que seria possível apreciar o fim do dia em algum bom lugar no Morro de São Paulo. Sem mais delongas, todos já estavam apresentando sinais de cansaço e rumamos de volta. Aproveitei um pouco para curtir o visual bem a vontade, e logo logo avistamos a igreja do vilarejo imponente no meio do verde predominante nas matas da região.
Voltando ao Morro de São Paulo
Passeio que durou o dia todo e que foi realmente bem produtivo, o que me contrariou foi a forma na qual os guias exploram e propagandeiam as paradas nas piscinas, para chegar até elas e ser supreendido por uma verdadeira festa dos turistas. Para quem busca bons lugares para fazer qualquer tipo de mergulho livre, então pode ser interessante ficar focado no que a Primeira Praia pode oferecer.
É pq vc deve ter ido no feriado. Já fui duas vezes para Morro e a primeira a maré tava cheia e n pudemos ir nas piscinas, mas na segunda vez fomos e não tava lotado de turista n… e foi em fevereiro hein!? deve ter sido pq saimos bem cedo tbm. Senti que faltaram fotos da exuberância deste lugar. Com certeza é o mais bonito do Brasil e o efeito exótico é o toque final!
Olá Matheus!
Acredito que é por aí! Visitei o Morro em uma época de feriado, então estava tudo muito lotado mesmo. Quero fazer questão de voltar em uma época menos badalada para conhecer a essência dessas piscinas naturais sem o povão influencinado a natureza negativamente! Grande abraço e obrigado por seguir-nos!