Maupiti: saiba o que fazer em Maupiti, perto de Bora Bora

Maupiti

Sem dúvidas o relato que você está prestes a ler consegue descrever com fidelidade um dos melhores dias da minha vida. E eu mau esperava que fosse ser assim antes de embarcar rumo à Polinésia Francesa. Quando cheguei a Maupiti o pessoal já foi logo querendo me incluir em um passeio de dia inteiro chamado “Motu Piquenique”, eu até gosto de fazer passeios guiados, porém eu não esperava que este fosse superar todas as minhas expectativas 🙂

O custo foi de 50 dólares. O passeio seria durante todo o dia e incluiria três momentos bem específicos: 1 – snorkel com raias manta; 2 – snorkel no jardim de corais; 3 – almoço e tarde na praia em um motu (ilhota) afastado da ilha principal. Sairíamos depois do café da manhã, por volta das 9 da manhã, retornando ao final do dia, pouco depois das 5 da tarde. Bom eu fiz as contas e julguei ser justo o valor de 50 dólares por tantas atividades inclusas. Eu mal sabia que esse valor era uma grande barbada 😀


Saindo pro “motu picnic” com a Tehei e o Cliff em Maupiti

Como eu preciso ilustrar com riqueza de detalhes, prepare-se para ser bombardeado por fotos paradisíacas que conseguem expressar melhor do que as minhas palavras um pouco de tudo que vivemos neste dia explorando motus e praticando mergulho livre com snorkel nas águas cristalinas de “Maupiti Paradise”. Deixamos a pensão TEheimana todos na boleia da caminhonete da Tehei e do Cliff (os meus anfitriões em Maupiti), nos dirigimos ao cais da ilha principal. Chegando lá aquele mar multi azulado me fez ficar por vários minutos ali, estático, contemplando aquela maravilha toda enquanto o Cliff ia organizando a nossa embarcação.


Mar cristalino na chegada ao cais de Maupiti

Olha se o visual não briga com as paisagens de todas as capas de caderno que você já viu na vida! Não demorou mais do que alguns minutos (que me pareceram várias horas), para que o Cliff convidasse a todos para embarcar. Eu estava maluco para viver os próximos momentos deste dia precioso na ilha irmã-irmã de Bora Bora, na Polinésia Francesa.


Enquanto o Cliff organizava a embarcação eu apreciava a paisagem

Eu olhava pra todos os lados tentando encontrar algum defeito, alguma sujeira, algo que destoasse da beleza monumental que estava diante dos meus olhos. Porém não encontrei, e logo o Cliff deu o berro em francês convidando seus hóspedes a embarcar.


Lagoa de tons multi azulados em Maupiti

Só que antes, é claro que ele fez até pose pras minhas fotos 🙂


Cliff fazendo pose com sua embarcação antes do passeio

Quando embarquei na canoa à motor do Cliff, olhei para trás e vi aquele pico gigantesco com plano de fundo azulado, contrastando tão lindamente com as cores da mata virgem esverdeada no momento que partíamos do cais. Puxa vida, essa foto ficou eternizada na minha memória!


Já embarcados, partindo pro mergulho com as raia manta

Fui pra ponta da canoa para ter uma noção ampliada do que estava prestes a conhecer. Quanto mais vencíamos as águas turvas próximas ao cais de onde partíamos, mais era possível contemplar a grandiosidade do azul daquela lagoa. Vez ou outra avistávamos alguns motus isolados com praias estonteantes que podem ser facilmente visitadas com a ajuda de caiaques.


Belo visual das ilhotas na lagoa de Maupiti

Não demorou 10 minutos navegando até encontrarmos algumas mantas (manta ray, arraia jamanta) deslizando abaixo do nível do mar. Fomos pra água, mergulhamos próximos a elas, foi um momento único, desde que era a primeira vez que eu estava na água com um animal daquele tamanho.


Raia manta facilmente avistada no snorkel

Ficamos por uns 15 minutos ali nadando ao redor daquele animal grandioso e logo fomos convidados a continuar navegando, desta vez rumo ao jardim de corais. Quando saímos da região onde as mantas estavam, fomos descobrindo uma lagoa de azul cada vez mais impressionante. Sinceramente já estive em muitos lugares do mundo, mas nunca de fato havia mergulhado em um mar tão cristalino e convidativo quanto o que encontrei nessa lago na Polinésia Francesa.


Depois de mergulhar com as raias, partimos pro snorkel nos jardins de corais

Enquanto eu ficava maluco com as cores da lagoa, o Cliff calmamente ia deslizando com a canoa rumo ao ponto de ancoragem para desfrutarmos das águas translúcidas da lagoa explorando seus jardins de corais.


Cliff dirige a embarcação rumo aos jardins de corais

Enquanto buscávamos o lugar certo, eu e Tehei ficávamos admirando a beleza da lagoa. Parecia realmente que era o dia mais lindo do ano, o sol estava a pino, o azul do céu maravilhoso, com poucas nuvens e calor escaldante. Até então eu nunca tinha estado em um lugar onde o azul da água fosse tão convidativo. Já vi lagoas incrivelmente lindas no Palau, já estive em lugares fantásticos no Havaí e na Ásia, porém as cores que vi nessa lagoa era algo inédito na minha vida até então.


Procurando o melhor lugar para ancorarmos nos jardins de corais

Quando escutei que estávamos no lugar certo, não esperei um minuto sequer e me joguei naquele mar cristalino. A água estava MUITO quente. Eu fiquei pasmado com a temperatura da água. Me joguei aos corais com calma para não me cortar enquanto adentrava aquele recinto mágico.


Uma vez ancorados, partimos para a descoberta dos corais

Recifes e vida marinha ativa, realmente muito saudáveis, ainda que a alta temperatura da água pareça um evidente problema, ali encontrei cores vívidas, ambientes repletos de macro vida, cardumes realmente muito coloridos e vibrantes. Essas ilhas da Polinésia Francesa possuem relevo bem particular. Maupiti é formada por uma grande lagoa de água salgada “represada” por um grande recife corais, com canais que conectam seu interior ao mundo exterior. É por aí que as marés adentram “enchendo” e “esvaziando” a lagoa conforme a força das marés. Os principais vilarejos estão em uma ilha grande no meio da lagoa, é algo realmente incrível concorda?!


Mar cristalino e riqueza de vida nos corais de Maupiti

Isso faz com que o ambiente na lagoa seja incrivelmente habitado por vida marinha em desenvolvimento, além das vantagens das correntes existentes nos passes que costumam sempre proporcionar mergulhos com cilindro fenomenais. Fiquei por horas mergulhando na lagoa, explorando cada metro cubico desse esplendido jardim de corais, seguindo cardumes, escolhendo lugares para fotografar, fazendo filmagens, foi realmente uma introdução sem igual às atividades turísticas que os visitantes da Polinésia podem desfrutar.


Fiquei por horas mergulhando com snorkel

Sem pressa alguma eu deslizei por aquelas águas transparentes, acompanhando peixes, analisando corais, tentando entender um pouco da beleza plena daquele lugar, tão complicado de se chegar. Eu me sentia abençoado por estar naquelas águas, por poder contemplar tremenda beleza, por ser bom de saúde para conseguir me envolver na explosão de cores que aquela lagoa me proporcionou durante algumas horas.

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Acompanhando os carduminhos que encontrava pela frente

Enquanto deslizava pelos cantos do jardim de corais de Maupiti, às vezes fechava meus olhos e tentava acreditar que estava realmente naquele lugar tão maravilhoso, cercado por vida selvagem, ocupando um espaço que dificilmente outro brasileiro talvez teria conseguido ocupar. Maupiti é mágica, é uma ilha que parou no tempo e que permanece intocada em suas belezas mais naturais.


Encantado pela explosão de cores que contemplava deslizando pelas águas deste jardim

Quando abria os olhos e me lembrava novamente da realidade, colocava com força os dois pés no chão, enterrando-os ao máximo que conseguisse na areia, para então levantar meu corpo e contemplar os arredores acima do nível do mar. Ficava completamente sem palavras para descrever o ambiente ao meu redor, enquanto meus olhos absorviam a plenitude deste maravilhoso jardim de corais.


Quando tirava a cabeça da água o visual era estonteante!

Depois de vários minutos voltei para próximo da nossa embarcação, que ainda estava ancorada próxima aos jardins. A filha da Tehei, uma adolescente que até então não havia desgrudado do celular (pasmem, até na Polinésia!), começou a descascar um marisco para alimentar um cardume de peixinhos bem amarelos que estavam ali por perto da nossa canoa. Ela me deu um pedaço e comecei também a interagir com aquelas criaturinhas, completamente maravilhado pela perfeição das cores, pela transparência do mar, eu seguia sem palavras para expressar a beleza do ambiente ao meu redor.


Alimentando alguns peixinhos com mariscos, eles amaram!

Quando comecei não tinha quase nenhum…., mas na medida do que eles iam sentindo o cheiro do marisco, eles iam se aproximando cada vez mais, rancando lasquinhas de comida direto da minha mão.


Quanto mais eu despedaçava o marisco, mais peixes se amontoavam

Cores vívidas, mar muito quente, calor do ambiente externo, céu azul, peixinhos coloridos comendo nas minhas mãos, eu estava tendo as melhores primeiras impressões de um destino já visitado em toda vida.


Fiquei maravilhado pela beleza da cor desse cardume

Ficamos ali brincando com o cardume por alguns minutos até que o Cliff e a Tehei deram o grito chamando pra gente continuar o passeio e ir pra praia. Eu pensei que voltaríamos para qualquer lugar na ilha principal, mas eu estava bem enganado. Seguimos rumo a uma ilhota deserta, sem casas, paradisíaca, segundo eles era o lugar onde os locais costumavam vir pra passar o final de semana.


Depois de muito snorkel, fomos curtir uma praia em outro “motu”

Quando chegamos a praia era realmente muito linda, mas tinha um diferencial que me fez ficar impressionado mais uma vez: haviam várias raias passeando de um lado pro outro bem próximas à praia onde realizaríamos nosso picnic. Isso foi algo novo pra mim. Por mais que já tive experiências memoráveis com raias em vários lugares do mundo (inclusive em Fernando de Noronha), nada que eu havia vivido até então era igual àquela experiência de caminhar naquela praia mega paradisíaca, com água super quente, tomando todo cuidado do mundo para não pisar em uma das raias que estavam por ali, afinal de contas o invasor nesta oportunidade era eu!


Me impressionei novamente ao ver tantas raias ao redor dos turistas curtindo a praia

E não somente pela beleza das raias, mas pelo tanto que eram amigáveis. Elas esfregavam nas pessoas querendo carinho (ou seria comida?!) algumas já estavam sem o rabo grande, outras possuíam ainda seu temido ferrão, mas de um modo ou de outro isso não importava, visto que elas estavam muito mansas, deslizando sob a água numa tranquilidade infinita. Eu nunca havia estado em um lugar onde os animais selvagens se comportassem dessa maneira.


Foi algo definitivamente novo, ver tantas raias ao redor dos visitantes deste motu

Nesse pequenino pedaço de terra no meio do nada iríamos ainda passar toda a tarde. Eu poderia fritar dentro daquela lagoa quente o quanto quisesse, os nativos encontraram um lugar sob a sombra de um guarda-sol e por ali ficaram até o momento que a refeição foi servida (lembra que o almoço era incluso?!) Bebidas à parte, água de coco em abundância, cansei de caminhar de um lado pro outro tentando encontrar algo legal pra fazer. Sinceramente até certo ponto posso afirmar que chegou a ser um tanto quanto monótono essa parte. Porém superei isso e encontrei um lugar pra ficar de bobeira e enrugar na água salgada…


Afinal de contas todos queriam encontrar o seu lugar na praia, né não?!

Sentado junto com os locais, eu só sabia rir. Eu não falo francês. Entendo muito, porém não consigo expressar muita coisa, então quando estavam rindo, eu ria também! Pra ser bem sincero eu era só sorrisos! Eu como não sorrir em um lugar como esse?! Imerso em uma cultura tão tradicional, onde as mulheres saem com seus cocares floridos, encontram seu lugar sob a sombra e desfrutam dos minutos que escorrem vagarosamente rumo ao final do dia! Eu estava me ambientando e não poderiam haver melhores impressões iniciais deste pequeno paraíso chamado Maupiti.


Relaxando com os locais na Praia mais top de Maupiti

Quando o estômago começou a roncar, reclamando de que já eram mais do que passadas as horas de se alimentar, eu não tinha a menor pressa de saber se a comida estava pronta, eu sequer sabia o que eu iria comer, já que o picnic era algo tão tradicional e mencionado por todos; eu estava definitivamente esperando algo que me surpreendesse também no paladar.


Visual do nosso “acampamento” em uma ilha-motu de Maupiti

Antes mesmo de ouvir o grito para irmos nos servir, fiquei por vários minutos contemplando a majestosa ilha cravada no meio da lagoa, com aquela imensidão azul ali aos meus pés, lugar que redefiniu meus conceitos sobre beleza marinha, destino que me convidou a ir além do tradicionalismo e experimentar novas emoções, sentimentos, sabores e desejos…


Cor espetacular das águas da Lagoa de Maupiti – Polinésia

Fomos convidados a almoçar enquanto limpavam o forno construído dentro da areia. Isso mesmo! Cavaram um buraco grande, onde encaixaram uma espécie de grade repleta de comidas. Com a brasa no fundo do buraco, os polinésios cozinham tradicionalmente nesta espécie de forno subterrâneo e a comida além de ficar desmanchando de tão macia, acaba pegando um de gostinho defumado.


Depois de muita farra, comemos até enfraquecer e descansamos na praia

Ali comemos com fartura de tudo um pouco: havia frango assado, porco assado, frutas e verduras locais, além de muito peixe cru. Eu comi sashimi de peixe cru banhado no leite de coco (poisson cru) como se não houvesse amanhã. Eu repeti mais duas vezes e depois precisei encontrar uma sombrinha debaixo de um coqueiro. Dormi até o resto do passeio, recuperando todas as energias para os próximos dias de viagem. A seguir eu compartilho com você um vídeo que resume os melhores momentos deste dia de picnic em Maupiti. Logo depois do vídeo você pode conferir as melhores fotos desta experiência em alta resolução. Mauruuru 😉


Piquenique em Maupiti – Polinésia Francesa

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