Esta foi minha segunda visita ao Rio e confesso também que foi como uma verdadeira redescoberta daquela cidade que todos falam na mídia, que todos conhecem por Brasil no exterior e é praticamente impossível conhecer esse lugar sem se apaixonar. Creio que dez de dez pessoas que visitam o Rio querem voltar pra morar. Eu não sou uma excessão. Na minha primeira visita á Cidade Maravilhosa, praticamente não gastei muito tempo com a capital e desci logo de uma vez pra Angra dos Reis, onde fiquei por uma noite e logo no dia seguinte embarquei rumo a Ilha Grande onde fiquei por cinco dias. Praticamente não tive muito tempo na minha volta e acabei ficando só por uma noite no Rio, nessa primeira vez ficando hospedado no Leblon (Lemon Spirit), mas acaba que um dia e uma noite em um lugar como esse não dá pra conhecer nada.
Já nessa oportunidade de voltar ao Rio, resolvi ficar em Ipanema (Bonita Ipanema), tanto pela facilidade de estar encravado no meio da zona sul, quanto pelo desejo de ter um pouco mais de intimidade com a cidade. E me dei bem! Esta também foi minha segunda viagem sozinho, e viajei com o intuito de ver com meus próprios olhos se realmente o tal do Red Hot Chilli Peppers existia, desde que já nos anos 80 eu curtia o som dos caras. E lá me fui em uma bela promo da Gol, tentando equacionar os custos ao máximo afim de que também tivesse qualidade em minha visita ao Rio, sem comprar Rio Card e apenas sabendo que o slogan do Rock in Rio era claro: Todos os caminhos me levariam até á Cidade do Rock, então não me preocupei com absolutamente nada, a não ser estar no dia 24 de setembro de 2011, prontamente organizado para rumar até o maior festival de Rock’n Roll dos últimos tempos, mesmo que existam shows de axé, samba, pagode e sei lá mais o que…, mas uma coisa era certa: não ia ter show de sertanejo nenhum, aliás, eu estava vindo de Goiás, meu sotaque com o R puxado denuncia ao extremo, mas o que eu queria mesmo era sentir como estar tão grandioso evento, com tantas pessoas…, creio que esse foi um dos maiores eventos que já participei em minha vida.
E vejam como as coisas são…, existem muitas pessoas que se animam, que são companheiras e dizem que sim, vamos ao Rock in Rio 2011, mas na hora do “vamos ver” acabam deixando pra depois e perdem oportunidades únicas. Comprei o ingresso na noite que as vendas foram liberadas, na internet mesmo, sem titubear. Comprei e no dia seguinte já não existia mais ingresso para vender. Oportunidades Únicas. E decidi tempos atrás que não deixaria que oportunidades assim passassem por mim sem que eu pudesse aproveitá-las. Não, já bastou para mim, de uns tempos pra cá, tudo realmente tem mudado dentro de mim, não tenho tido mais o interesse de perder oportunidades de conhecer lugares ou de participar de eventos como esse justamente por não ter uma pessoa que saiu junto comigo, da minha origem, que está “comigo”. Eu tenho me dado muito bem sozinho por onde vou, tenho feito amizades interessantes, conhecido lugares e experimentado de sensações que até então eu sempre acabava me privando, única e exclusivamente por estar acompanhado por alguém. E isso é sobre viver a vida além dos horizontes que seus olhos podem enxergar.
Ingresso garantido do Rock in Rio 2011
E não consigo compreender, e é claro que não influencia em nada em minha vida, a forma na qual as pessoas pensam quando vêem um cara como eu sozinho no meio do Rio de Janeiro, rumando para o show de rock que você sempre quis ver em sua vida. Conheço centenas de pessoas que além de recriminar minhas atitudes, que acabam sendo vencidas pelo tempo e não conhecem sequer o quintal de suas casas.
E quando eu falo de ir ao Rock in Rio, de ficar por mais de 6 horas no meu dia enrolado entre aeroportos e conexões, eu falo de ser surpreendido. De ir lá para ver no que ia dar. Muito além de ficar espremido no meio da multidão “batendo cabeça”, o Rock in Rio me conquistou nisso, em me surpreender. E era fácil fazer com que isso acontecesse, bastava que eu caminhasse naturalmente me esbarrando na multidão. Supresas iam aparecendo…
Do nada começavam a tocar pelas ruas, em todos os ritmos, não só rockn’roll, mais música! O Rock in Rio não deveria levar o nome de Rock, pois é muito além desse gênero. E até que consigo entender mesclar Shakira com Ivete Sangalo e fazer algo diferente em um evento que mais parece um gigantesco shopping ao céu aberto, que mesclava lembraças vagas do Woodstock, quando as pessoas se reuniam e sentavam no chão pra comer, conversar, trocar contatos, etc…
Shows aconteciam por todos os cantos da Cidade do Rock
Mas o foco da noite era o Palco Mundo. E quer uma dica? Chegar muito cedo pode te atrapalhar a ver o último show que acaba por volta das 3 da manhã. É realmente muito cansativo, mas totalmente compensador.
Palco Mundo – Rock in Rio 2011
O lado ruim é claro são as proporções, e isso de tudo, tanto pontos positivos quanto negativos. Em lugares com multidões, sempre existirá muita sujeira, pois somos seres altamente poluidores. Imagine a poluição e sujeira gerada pelas multidões que passam pela Cidade do Rock nesses dias. Isso incomodou um pouco, mas não foi o pior.
Sujeira pelas ruas da Cidade do Rock
O pior ainda estava por vir! Imagine as filas, que essa multidão não tem a capacidade de fazer ao redor de tudo que lhes pode interessar. Pois bem, filas intermináveis em todos os lugares, tanto para comer, quanto para beber, passear na roda gigante, descer na tirolesa, não era fácil meu amigo! Comer e beber só quando passavam vendendo, senão era apreciar os shows. Ficar no Rock in Rio preso no meio das filas não era bem a surpresa que eu esperava por lá.
Quem achar o fim da fila ganha um Bob’s!
E apesar dos pesares tudo correu maravilhosamente bem! Não tenho uma foto sequer do show pois aquela não era bem a hora de fotografar, concordam? Vi centenas de pessoas tentando gravar o show com câmeras nada profissionais e ainda pulando muito, não dava pra ficar parado! Sinceramente foi um dos melhores shows que já fui em minha vida. Animadão do começo ao fim e eu acabei enturmando com uma galera muito legal tando de pessoas do Rio, quanto de São Paulo e tinha até um boliviano muito louco no meio da galera. Foi sensacional.
Mas definitivamente a grande surpresa ainda estava por vir. Pensem em uma multidão de mais de cem mil pessoas tentando ir embora todas ao mesmo tempo, assim que o show acabou, ás quatro horas da manhã. Escoar todo esse povão não foi fácil mesmo.
Multidão indo embora depois do show
E pra você que não foi, aqui tem o show completinho do Red Hot no Rock in Rio 2011. Foi muito bom não ter perdido essa oportunidade, e é claro que não perderei as próximas que existirem.
Ah, e depois como foi?! Bem, pra ir eu peguei um coletivo na Vieira Souto que me levou até o terminal Alvorada no Rio. De lá achei um cara, aliás, um cara me achou em uma VAN de turismo lotada e me cobrou R$ 5,00 pra terminar de chegar lá na entrada. E realmente ele me deixou quase na roda gigante. Pra voltar minha sorte não foi tanta. Tive que voltar em uma outra VAN que fazia lotação rumo a Zona Sul por R$ 30,00. Salgado, mas me deixou ás 6:00 na Vieira Souto novamente, dormi até as 11 acordei e o resumo do domingão pode ser conferido na foto a seguir.
Domingão no Rio de Janeiro
Rio de Janeiro, um dia eu vou voltar, pode aguardar!
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