Desembarquei no Cairo por volta das 6 da tarde. Já começava a escurecer. A visão desde a janela do avião era de uma cidade amarela, com uma densa nuvem de areia que complicava a visibilidade dos grandes edifícios localizados no centro.Continue lendo, vou te contar o que fazer no Cairo em uma conexão de 24 horas.
Ao fazer a imigração e definitivamente adentrar a nação, eis que surgiu a primeira dificuldade: encontrar uma forma econômica de sair do aeroporto e chegar até a Ramsés Street, uma das principais ruas do centro da Caotic Cairo.
Era uma missão complicada, porém encontramos sua solução em menos de 10 minutos.
Pedimos umas informações logo no saguão de desembarque, já saindo do aeroporto, mas como todas as transações comerciais no mundo árabe giram em torno de indicações que devem receber comissões, tentamos ao máximo esquivar da máfia dos taxistas e procuramos encontrar uma forma de chegar no centro em transporte público.
Encontramos um pequenino terminal com vans logo caminhando para o lado direito do desembarque e eis que fomos perguntando aos motoristas se passariam próximos à Ramses Street.
O primeiro motorista a ser questionado nos indicou uma outra VAN e enfim havíamos encontrado nosso primeiro transporte oficial no Egito: uma dos transfers mais alucinantes que já utilizei em minha vida.
No caminho, em meio ao tráfego intenso das avenidas que conectam o aeroporto ao centro do Cairo, a VAN percorria o trajeto de forma extremamente agressiva, tanto que tal sentimento contagiou os próprios passageiros. Com o veículo lotado, sentei em uma das poltronas no fundo do veículo, ao lado de um rapaz que se mostrou bem amigável e logo começou a puxar papo em inglês, dizendo que trabalhava no aeroporto.
De repente, alguns passageiros se revoltaram com um rapaz que se recusou a pagar a tarifa cobrada pelo motorista e pedia para descer. Uma briga se armou exatamente do meu lado, foram murros, socos, ponta pés e eu no meio daquele ringue ambulante. Travei meus braços para cima, cobri a cabeça e o cara que viajava do meu lado levantou e começou a me defender e gritava expressões em árabe que pareciam expressar a revolta pela forma que eles agiam próximos do meu grupo estrangeiro. Era o nosso bem-vindos ao EGITO.
Vista da janela do quarto e caminhada noturna nas ruas do centro
O rapaz se mostrou super amigável, nos convidou a visitar sua casa, sua família, me passou seu número de telefone e fez questão de me recepcionar de uma forma diferenciada no seu país.
Todos dentro da VAN fizeram questão de falar o WELCOME AT EGYPT.
Passado o aperto da nossa recepção, pagamos o preço justo, uma mixaria, menos de um dólar, e estávamos na boca da afamada Rua Ramsés. Era preciso caminhar um pouco mais até chegar ao edifício marcado no GPS como nossa residência por uma noite na cidade do Cairo.
Foi uma chegada tensa, porém após encontrarmos o hostel as coisas foram se acalmando. Tomamos um belo banho para tirar a poeira da viagem e decidimos que por estar tão bem centralizados, que seria obrigatório dar uma volta entre as quadras mais próximas para encontrar uma refeição e segundo sentir as primeiras impressões desse novo país.
Caminhando pelas ruas da cidade do Cairo
Encontrei um país altamente receptivo. Pessoas pelas ruas perguntando a minha nacionalidade e exclamando os WELCOMES mais contundentes de toda minha vida. Era aparente essa vontade de convencer os turistas a voltar, a se sentirem bem-vindos.
Como o comércio na região é bem intenso, era comum ver quem trabalhava sempre atendendo com um sorriso no rosto, com satisfação em servir, revelando para mim esse povo que é feliz nas pequenas coisas da vida real. Acontece que todos os conflitos políticos transitórios recentes afastaram os turistas do Egito.
A nação das pirâmides hoje sofre pela falta de estrutura para coordenar a exploração turística assim como era feito em um breve passado áureo e cada vez mais utópico diante da realidade encontrada pelas ruas do Cairo nos dias atuais.
Um novo dia na Cidade do Cairo – bora conhecer as pirâmides?!
O Egito mostrou-se como uma terra de contrastes. De um comércio intenso até tarde da noite nas suas principais ruas, meu corpo caminhava me levando pelas ruas enquanto meus olhos estavam sempre atentos, espiando aqueles prédios inacabados, parcialmente destruídos e com jeitão de abandonados.
Ruas cheias de lixo por todos os lados, falta de infraestrutura pública básica, tal como iluminação ou rede de esgoto. Por outro lado come-se muito bem por apenas uns 2 dólares. Foi legal caminhar pelas ruas, conversar com as pessoas e ver que ainda existe um Egito explorável turisticamente.
No dia seguinte acordamos com uma nuvem mais discreta e um céu que não tinha uma nuvem sequer. Fizemos o checkout e partimos para as ruas, fomos descobrir a forma mais simples, barata e que os locais utilizam para visitar as pirâmides. Quer saber como foi?! Continue de olho nas próximas matérias dessa série 😉
Descobri seu site hoje e adorei o episódio da van no Cairo… vou ler mais… abraço!