Nesta matéria você vai conhecer como foi a nossa viagem pelo egito para visitar as pirâmides de Dahshur. Depois de conhecer a Grande Esfinge e a Necrópole de Gizé, ainda restava uma quantidade de tempo relativamente considerável para investir em novas atrações na região metropolitana da Cidade do Cairo.

Decidimos que seria mais interessante e agregaríamos uma maior experiência no mundo egípcio se optássemos por partir do centro desta grande metrópole do mundo árabe e visitássemos o distrito de Gizé utilizando de meios de locomoção típicos dos locais: utilizamos uma combinação entre minibus e metrô para conhecer as pirâmides. E conhecemos!

Porém uma boa parcela do nosso tempo foi comprometida nessa empreitada.

Passava um pouco mais das 2 da tarde quando conseguimos encontrar um taxista (maluco por sinal) que topasse tentar correr o máximo possível a ponto de conhecer melhor outros atrativos turísticos que ficam nas proximidades do centro do Cairo.

Pirâmides de Dahshur

Acontece que existem mais de cem pirâmides apenas nos entornos da capital do Egito, sendo bem complicado escolher apenas algumas para tentar conhecer com não mais do que 3 horas.

As distâncias entre cada um dos sítios arqueológicos são gigantescas, o tráfico é completamente caótico, sem sinalização, sem semáforos, sem faixas para pedestres e os carros dos taxistas costumam estar quase sempre caindo aos pedaços, ou ao menos perto disso.

No nosso caso tivemos sorte e a câmara de ar do pneu do nosso malucão estourou apenas 3 vezes. Tempo perdido por um lado, porém aproveitado por outro: foi excelente parar em uma borracharia no meio do nada para conhecer um pouco mais do modo de viver dos cidadãos nativos do Cairo, cada qual levando sua vida real da forma que consegue.

Pelas ruas da grande Cidade do Cairo com um taxista maluco
Pelas ruas da grande Cidade do Cairo com um taxista maluco

Em nossa parada foi possível apreciar um fantástica (e nojentíssima) obra de engenharia egípcia que fez com que boa parte da planície central desse país se tornasse extremamente fértil se consolidando como uma potência na produção de vegetais, frutas, verduras e legumes das mais variadas espécies nesse continente.

Praticamente toda civilização desta grande metrópole se desenvolveu às margens do Rio Nilo, que foi o grande responsável pelo desenvolvimento da vida nas condições extremamente áridas desta região do Oriente Médio.

Foi necessário desenvolver um controle para as cheias do rio, pois seu grande leito não suportava a vazão da água entre os meses de julho e setembro. Era preciso inovar: eles construiram canais e diques para represar a água, distribuindo-a de forma inteligente ao longo dos cerca de mil quilômetros de extensão em que a população vive.

Quando a água baixa, entre os meses de dezembro a maio, os canais têm seu nível de água diminuído, porém com um grande diferencial: um poderoso fertilizante fica acumulado em suas margens, uma espécie de húmus negro, material amplamente utilizado na fertilização das plantações às margens dos canais do Nilo.

O grande problema atual? A poluição desenfreada fez com que esses canais se transformassem em mini lixões, ao longo de praticamente toda a sua extensão, sendo bastante comum ver restos de comida sendo duelados por ratos gigantes em busca da sobrevivência.

Canais de água do Nilo e a vegetação no meio do deserto
Canais de água do Nilo e a vegetação no meio do deserto

Depois que nosso taxista conseguiu colocar o pneu em condições de rodagem, seguimos nossa viagem rumo a Dahshur, com nosso tempo seriamente comprometido. Acontece que a visitação de boa parte dos sítios arqueológicos da Grande Cairo é liberada apenas até as 4 da tarde, e nós já estávamos muito próximos disso. Como não poderíamos deixar passar de maneira alguma a oportunidade de conhecer monumentos tão fenomenais, deixamos de lado a preocupação com a hora e seguimos rumo às pirâmides com a máxima velocidade que nosso taxista conseguia impor ao motor de seu veículo.

Nosso desespero por chegar a tempo de conhecer Dahshur tinha uma explicação plausível: esta é uma necrópole muito exclusiva, situada próximo da cidade de Mênfis, no Egito – somente aqui é possível conhecer a pirâmide Negra (ou Pirâmide Curvada) e entrar na Pirâmide Vermelha, algumas das pirâmides mais bem conservadas de todo território egípcio.

As pirâmides de Dahshur
As pirâmides de Dahshur

Pagamos as 40 libras egípcias (pouco mais de 8 dólares) para ver as pirâmides de perto e entrar na Pirâmide Vermelha. Tudo teria que ser feito muito rapidamente pois logo na entrada o gestor do sítio arqueológico fez questão de apontar para seu relógio dizendo que já eram quase 4 da tarde. Não seria tarefa fácil fotografar as pirâmides, para depois descer e subir as escadas que levam até o interior da grande Pirâmide Vermelha.

Não tivemos muito tempo para nos aproximarmos da Pirâmide Curvada, pois praticamente todos os 30 minutos que tínhamos para visitar o lugar foram investidos na tarefa de descer e subir as escadinhas curtas no abafado ambiente interno da pirâmide. E quando chegamos no interior, a grande surpresa: a pirâmide estava completamente vazia. Bom, ao menos posso hoje afirmar que já entrei em uma pirâmide 🙂

Dahshur
No interior da grande Pirâmide Vermelha de Dahshur

Depois entramos novamente no táxi maluco, que estourou a câmara de ar mais duas vezes até nosso caminho de volta ao Cairo.

Ainda tentamos conhecer outros lugares porém chegamos com as portas já fechadas para visitação.

Pedimos ao taxista que nos deixasse na entrada do metrô para voltarmos ao hostel no centro do Egito afim de tomar um banho e comer alguma coisa antes de partir rumo ao aeroporto do Cairo, de onde teríamos um voo noturno rumo a Harare, a capital do Zimbábue. Grandes aventuras nos aguardam nas próximas matérias, não vá perder nenhuma hein!

Autor
Luiz Jr. Fernandes
Luiz Jr. Fernandes
Sou um analista de sistemas, fotógrafo, autor deste blog e viajante profissional. Já conheci mais de 70 países em todos os continentes do mundo. As minhas matérias são 100% exclusivas, inspiradas em experiências reais adquiridas nos destinos que visito. Obrigado por ler e acompanhar o meu trabalho.
2 comentários publicados
    1. Fala Dan, brigadão por seu comentário. Foi uma viagem bem intensa e tá apenas começando a ser relatada aqui no blog! Ainda há Zimbabwe, Zambia, Malawi e Tanzânia pela frente! Abração e aguardo seu retorno 😉

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *