Sempre que visito um Parque Arqueológico, um dos principais objetivos é conhecer os artefatos mais inusitados que ainda podem ser contemplados pela nossa geração em locais como esses. Quanto mais o tempo passa, mais complicado fica conhecer o intocado, aquele tipo de artefato que você pode acreditar que persiste na face do planeta há muito mais tempo que nós mesmos. Se você tem o perfil viajante um pouco parecido com o meu, então vai amar fazer uma visita nas Ruínas de Copán, extremo norte de Honduras.
Já visitei alguns sítios arqueológicos de respeito, mas nada se compara aos resquícios deixados pela civilização maia nesta parte do mundo. Prepare-se para conhecer uma centena de bichos e divindades materializadas em pedras e altares, que se transformaram em objetos de adoração para uma civilização que viveu nessa região há bastante tempo.
Depois de conhecer Copán, é fácil obter as seguintes concepções deste povo: era violentos, por praticar centenas de sacrifícios em louvor a seus deuses, era artístas – pelas maravilhosas espécies de trabalhos em pedras e madeiras que podem ser observados por todos os sítios em que os maias habitaram e acima de tudo: eram engenheiros e arquitetos formidáveis, pelas gigantescas construções edificadas em um tempo remoto, sem condições ou maquinário que pudessem auxiliar nas edificações.
Alguns de seus legados chegariam a ser assustadores e medonhos para os desavisados. Copán tem um legado extremamente interessante, e imprescindível para aqueles aventureiros que desejam se aprofundar nos conhecimentos sobre tão excepcional civilização!
Pedras esculpidas pelas mãos maias
Perceba que a maioria dos detalhes das pedras esculpidas são rústicos, delatando-nos a complexidade do processo de talhamento para a época em que foram criadas. Pouco se sabe a respeito das tradições religiosas deste povo. Os maias não acreditavam na separação entre o bem e o mal e nem a adoração de somente um deus regular, mas sim a adoração de vários deuses (animais até) conforme a época e situação que melhor se aplicava para cada deus.
E por mais bizarro que possa soar, os maias sacrificavam humanos e animais como forma de renovar ou estabelecer relações com o mundo de seus deuses. Por isso apontei em um primeiro momento a questão de serem violentos: a forma na qual foram exterminados da Terra dá a transparecer para nossa geração de que uma espécie de “guerra civil” exterminou toda esta civilização.
A seguir confira alguns dos altares que podem ser vistos em Copán e inclusive uma pedra talhada em formato de uma tartaruga.
Altares e pedra talhada em formato de tartaruga
E falando de animais, não podemos nunca deixar de mencionar a forte presença da figura do jaguar, sobrenome de dois de seus reis (Vitória Régia Jaguar e Moon Jaguar). É fácil perceber a idolatria por parte dos Maias a este animal e a vários outros que permanecem talhados nas pedras das Ruínas de Copán.
Jaguar talhado nas pedras das Ruínas de Copán
Jaguares, papagaios e morcegos são as principais figuras que se sobressaem nas esculturas de pedra dessa civilização.
Este é basicamente um dos maiores atrativos para visitar Copán: só aqui você tem condições de econtrar esta impressionante diversidade de artefatos, hieróglifos, pirâmides, altares e tantas outras relíquas deixadas por uma inteira civilização que não existe mais entre nós.
Mais um dos altares de Copán
Os maias construíram as famosas cidades de Copán e Calakmul, Tikal, Palenque e também Dos Pilas, Uaxactún, Altún Ha, e muitos outros centros habitacionais, todos entre os territórios de Honduras, El Salvador, Guatemala e México.
Grande parte do interesse do mundo exclusivamente em Copán está na beleza artística refletida em seus altares, esteiras, ídolos e pedras talhadas.
Os altares ainda se encontram em um ótimo estado de conservação. A riqueza de detalhes utilizada para talhar as pedras que formam esses altares é indescritível.
A riqueza de detalhes de um dos altares de Copán
Tais detalhes do trabalho dos Maias nas pedras das Ruínas de Copán são tão impressionantes que mereciam um post só para eles não é mesmo?! Pois esses detalhes estão espalhados por onde sua visão possa alcançar neste Sítio Arqueológico! Na foto a seguir podemos conferir a perfeição de algumas faces que foram esculpidas nas rochas.
Faces talhadas em pedra nas Ruínas de Copán
Alguns dos monumentos mais antigos consistem em montes de rochas de tumbas, que mais tarde seriam as precursoras das pirâmides erguidas. Os monumentos mais notáveis são as pirâmides que foram construidas em seus centros religiosos, junto aos palácios de seus governantes. Abaixo você pode conferir a foto de uma dessas tumbas, que na realidade eram a residência dos Maias.
Exemplo de uma tumba – residência maia
Copán Ruinas continua sendo um dos lugares de maior interesse turístico de Honduras, localizado no estado de Copán, na fronteira com a Guatemala. Caso decida explorar as Ruínas de Copán, não deixe de desfrutar alguns dias na cidadela que existe próximo das Ruínas – o aroma mochileiro está no ar, além de ser uma verdadeira volta ao tempo caminhar pelas ruazinhas de pedra. Considere ficar por no mínimo três dias nesta região para conseguir explorar bem todos os detalhes das Ruínas e da cidade de Copán.
Base de uma das principais pirâmides de Copán
Concluindo…
Aqui foi meu primeiro contato com a antiga civilização Maia. Impossível é ir embora de Copán e esquecer todos os detalhes observados. Depois de tanta grandiosidade ainda ficou na minha mente a seguinte indagação – como uma civilização tão avançada para seu tempo na Terra conseguiu se extinguir completamente?! Assim como os Incas de Machu Picchu, os Maias de Copán acabaram sendo exterminados por suas crenças e suas violentas guerras internas. E no próximo post de encerramento desta série sobre Copán e suas ruínas, vamos falar um pouco mais sobre a cidadela, lugar de muita agitação noturna e espírito mochileiro no ar!
Luiz Jr. nas ruínas de Copán