Quando descobri que tinham um tanque de guerra naufragado em um outro ponto de mergulho perto de onde estava hospedado, definitivamente decidimos que Aqaba merecia um pouco mais da nossa atenção. Não poderíamos deixar essa cidade sem experimentar as sensações de ver um tanque mergulhado naquelas águas transparentes.
Tanque naufragado em Aqaba
Eu pensava que este naufrágio estaria em um lugar bem mais profundo, porém surpeendentemente The Tank é um sítio de mergulho raso, naufragado a apenas 6 metros de profundidade, um playground para os adpetos da ápneia/mergulho livre! Como já estava ali embaixo com o scuba, aproveitamos a facilidade de exploração do lugar para apreciar os animais que encontrávamos no decorrer do caminho.
Vida em abundância no Mar Vermelho
Algumas moreias, peixes camuflados nos corais e mais uma vez encontramos em abundância foi o famigerado peixe-leão, animalzinho bem conhecido nosso de outros mergulhos! Se você é assíduo aqui no blog, já sabe que esse animal é nativo do Oceano Índico e Pacífico Sul e de alguma forma conseguiram migrar para as águas cálidas do Caribe e Oceano Atlântico, onde estão fazendo uma devastação em massa nas espécies nativas dos corais desta região. Encontramos vários no nosso caminho e também observamos que muitos estavam usando The Tank como a moradia perfeita!
Peixe-leão dentro do tanque naufragado no Mar Vermelho
Nesta parte do mundo os mergulhadores não dão a mínima para essa espécie. Então você deve estar se perguntando o que raios um peixe nativo do Oceano Índico veio fazer no Golfo de Aqaba? Como eles vieram parar nessa parte do mundo? Será que eles são uma ameaça aos cardumes desta região?
http://www.youtube.com/v/V_AOD9x2E24
Peixe-leão no Mar Vermelho – Jordânia
A principal resposta para esses questionamentos está na migração deste animal, causada por padrões distintos, tais como os diferentes tamanhos das populações, variações das condições oceanográficas ou ainda uma combinação de ambos os motivos. De uma forma ou de outra o peixe-leão utiliza as correntes de certas épocas do ano para sair do Índico, adentrar o Mar Vermelho, e acaba ficando “represado” no Golfo de Aqaba. Porém não é só desse tipo de vida que este ponto está repleto, também encontramos anêmonas e corais bem coloridos em nosso caminho até The Tank.
A beleza dos corais e anêmonas do Mar Vermelho
A visibilidade era tão impressionante que expandia nossa sensação de estar flutuando. Pela profundidade ser tão rasa, ficamos quase uma hora explorando a região sem consumir tanto do ar comprimido dos nossos cilindros. Quando consegui avistar aquele gigantesco M40, um “anti aircraft tracked vehicle”, bem ali na minha frente, confesso que fiquei bastante perplexo! Já havia mergulhado em vários tipos de corais e condições marítimas, com tubarões, e no meio dos vários cardumes de Noronha, mas sinceramente nada era mais maluco do que mergulhar nos destroços de um tanque de guerra em plena Jordânia!
Tanque naufragado em Aqaba
Foi uma sensação indescritível poder flutuar lado a lado com as rodas desse taque que deveria ter seus pouco mais de 6 metros. Ali bem pertinho da praia, sem nada ao seu redor, este M40 foi naufragado no ano de 1999 com o objetivo de se transformar em um recife artificial, proporcionando o ambiente perfeito para a perpetuação de algumas das espécies da fauna e flora local.
The Tank – sítio de mergulho no Mar Vermelho
Curtiu? Se tivesse mais tempo teria voltado ali para ficar de bobeira praticando mergulho livre! Com essa fantástica aventura eu encerro de forma excepcional os relatos sobre esses meus dias em Aqaba.
No dia seguinte fizemos mais um mergulho no Japanese Garden, porém sem grandes destaques que mereçam uma matéria exclusiva. Era meio-dia quando embarcamos em um ônibus que cortaria de sul a norte o território jordaniano nos deixando na cidade de Petra ainda para apreciarmos o pôr do sol, tema do próximo post dessa série nas arábias, não vá perder hein!