Passei os primeiros 5 dias da minha viagem até o Sudeste Asiático entre aeroportos, deslocamentos, templos, algumas praias e me perdi no meio da pior festa que já fui em toda minha vida, a Full Moon Party de Koh Phangan (seja por timing ou por falta de paciência mesmo). Eu deveria ter chegado e ido direto ao próximo destino desta expedição na Tailândia, a ilha de Koh Phi Phi.
Quando acreditei estar no lugar certo, eis que veio a decepção com a festa que havíamos planejado virar o ano. Eu só desejava partir de Koh Samui e ir conhecer a Tailândia paradisíaca que tantos falavam que ainda existia. Eu queria mergulhar nas águas turquesas de Phi Phi, explorar praias desertas, entrar um pouco em contato com a natureza selvagem das ilhas com menos indíce populacional e turístico. Optando por ir até esse outro mega-destino tailandês, eu acabei encontrando um pouco do que buscava nesse país, mas acredito acima de tudo ter aprendido o que vai ser priorizado se um dia conseguir voltar. Então aqui eu compartilho a complicação que foi chegar da forma mais rápida possível de Koh Samui a Koh Phi Phi, e o que aprendi com tudo isso.
Um dos maiores problemas foi o despreparo. Não compramos nada. Contamos muito com a sorte, e ela definitivamente não estava do nosso lado. Passava da metade do dia 2 de janeiro de 2012 e já estávamos buscando pela forma mais rápida de chegar a Phi Phi. Como não tínhamos tickets, ficamos expostos a certos problemas que viriam a acontecer por conta do período em que o deslocamento foi realizado. Conseguimos comprar as passagens de um ferry que partia de Samui para Donsak e de lá nos viraríamos para conseguir seguir viagem rumo a Krabi, ou Phuket, cidades maiores de onde partem os barcos para as ilhas Phi Phi. Chovia, o tempo estava cinza e quanto mais nos aproximavámos da costa, mais a chuva ficou forte.
Ferry de Koh Samui a Krabi
Ao chegar no continente, fomos recebidos por uma forte chuva torrencial. O pânico tomou conta geral das pessoas que estavam no ferry, pois muitos fariam como nós e aguardariam para adquirir seus bilhetes de viagem em Donsak, que é outro porto de onde partem ferrys para as ilhas Samui. A correria foi intensa, entramos no primeiro ônibus que vimos com placa para alguma das cidades que buscávamos. Seguimos então para Krabi. Era a metade do caminho até Phuket e de lá também poderíamos conseguir uma forma de chegar até Phi Phi logo na manhã do dia 3 de janeiro de 2012.
No caminho percebia o poder destrutivo das enchentes que assolaram todo território tailandês no fim do ano de 2011. Vários lugares estavam completamente tomados pela água das chuvas. O ônibus seguia firme em direção ao destino final (onde seria!? um terminal? uma rodoviária!? vão lendo!)
Enchentes e parado por conta da cia de ônibus entre Krabi e Phuket
Chegamos em uma agência de viagens. O GPS do iphone apontava que estávamos nas imediações de Krabi. Nós e mais dezenas de turistas, de todas as nacionalidades, da mesma forma que nós: buscando sair daquela região e encontrar a Tailândia paradisíaca que é tão bem vendida internet a fora. A cada momento eu acreditava que esse “paraíso” estava mais distante. Ficamos parados nessa agência por horas. Eles simplesmente não sabiam nos orientar, e diziam que não conseguiríamos condução para nos levar até Phuket. Estávamos “presos” por ali, no cair da noite.
Depois de muita discussão e desentendimento, conseguimos seguir viagem rumo a Phuket. Novamente não sabíamos bem ao certo quanto tempo gastaríamos, que horas chegaríamos ou o pior: quando conseguiríamos estar preparados para embarcar em um barco que nos levaria ao destino final deste deslocamento – Koh Phi Phi, cenário do filme A Praia de Leonardo de Caprio.
Pouco tempo depois o ônibus chegava na sede da mesma agência de turismo, desta vez na entrada da cidade de Phuket. Era mais ou menos meia-noite. Com pouca bateria no GPS, aproveitando as redes wi-fi abertas que encontrava durante a noite, decidimos romper caminhando rumo ao porto de Phuket, esperar amanhecer e comprar os ingressos do primeiro barco que partísse para Phi Phi. Era uma caminhada longa, demorada e muitas vezes sem uma direção exata. Como nosso grupo era formado por 6 integrantes (conhecemos um amigão do Brasil nessa viagem que se uniu ao grupo), decidimos que romperíamos a pé mesmo, sem muita pressa, afinal de contas só sairíamos de Phuket com o amanhecer do dia. Ai que a viagem foi ficando interessante, com clima de exploração!
A noite estava agradável. Não havia mais chuva. Não tínhamos desespero algum por chegar, apenas o barulho dos fios de alta tensão nos incomodava um pouco – eles dão medo em Phuket! A todo momento escutávamos um curto-circuito e muita tensão elétrica nos cabos. De tempos em tempos havia uma internet grátis via wi-fi nas ruas, que nos guiou facilmente até as imediações centrais de Phuket. Algumas horas depois, quando menos esperávamos, eis que surge uma feira livre, com frutas deliciosas, que vieram muito bem a calhar no custoXbenefício da viagem. E é claro, também existiam elas, as protagonistas de qualquer prato tailandês – as pimentas!!
02 AM em uma feira de Phuket na Tailândia
Em um ponto do caminho, depois de tirar boas fotos na feira e de entreter um pouco comendo frutas por menos de um dólar, decidimos pegar um tuk-tuk coletivo, que levaria a todos por uma micharia até o porto de Phuket, para tentar dormir ao menos um pouco antes de seguir viagem. A cama vocês podem perceber o quanto estava aconchegante na montagem a seguir.
Dormindo no cais do porto de Phuket e primeiro ferry para Koh Phi Phi
Sinceramente sou péssimo para dormir nessas condições, mas uma hora o cansasso vence, você busca um cantinho para se acomodar, tenta ficar confortável da melhor forma possível, pisca por um momento e quando abre os olhos já é dia. Logo pela manhã começamos a perceber o quão influente era o cartel existente em Phi Phi – as passagens, em várias empresas tinham o mesmo preço. Compramos logo na primeira que partia e algumas horas depois já estávamos navegando rumo a Koh Phi Phi.
Welcome to Phi Phi Island
No caminho as montanhas que todos tanto gostam de fotografar na Tailândia davam as boas vindas: novos tempos pareciam estar chegando para esta viagem. Em breve aguardem muitíssimos posts deste novo destino que visitamos por seis dias na Tailândia – durante esse período fiz questão de rodar essas ilhas de ponta a ponta, e aqui fiz o primeiro mergulho com scuba dive de minha vida, um belo batismo nas águas verdes de Phi Phi 🙂