Te convido nesta matéria a conhecer uma das trilhas mais lindas presentes em território brasileiro, a trilha do Rio do Boi, repleta de desafios porém com paisagens e cenários espetaculares.
Realizamos a trilha introdutória ao Rio do Boi com muita facilidade – a Trilha das Piscinas do Malacara, no Parque Nacional da Serra Geral, foi realizada em pouco mais de 5 horas, ressalvando muitos momentos em que ficávamos apenas em busca de boas composições fotográficas.
Trilha do Rio do Boi
Depois de vencer as dificuldades e desfrutar das gélidas águas da piscina natural que fica no fim desta trilha, já estávamos todos anciosos pelo dia seguinte, onde o verdadeiro desafio desta viagem se apresentaria a nós em formato de rio, pedras e paisagens sensacionais. Já considerávamos todos prontos para a Trilha do Itaimbezinho.
No dia seguinte, acordamos bem cedinho para aproveitar o tempo que teríamos. Tomamos um belo café da manhã, bem reforçado e tipicamente delicioso, na Cabanas Magia das Águas, que também fez questão de preparar um delicioso lanche de trilha para todos os integrantes desta expedição.
Este seria um longo dia de caminhadas, trilhas e mergulhos em piscinas naturais, perambulando no meio do Rio do Boi, entre os paredões do Itaimbezinho.
Estávamos todos ávidos pela experiência que começou com um belo alongamento, noções gerais por parte do guia oficial dos #AdventureBloggers, o Guilherme Mainieri, da Operadora Rota dos Canyons.
Iniciando a fantástica Trilha do Rio do Boi
Também foi necessário o uso de perneiras, para proteger as canelas contra a ação de possíveis animais peçonhentos, e até mesmo para manter as pernas sem os roxos provocados pela colisão com as rochas do Rio do Boi.
Uma trilha sensacional, em que fomos brindados primeiramente por um tempo bem nublado que evoluiu para uma tarde de sol e céu brevemente azulado.
A propósito o clima ameno foi essencial para que a nossa caminhada não sofresse tanto com a ação do sol/calor – era necessário um clima mais ameno, consequentemente com maior umidade, para não sentirmos tanto as dificuldades impostas pelas trilhas que estávamos prestes a realizar.
Não foi um desafio tão fácil quanto o do dia anterior, mas consequentemente as paisagens e detalhes estavam mais exuberantes do que nunca, a começar pelos pequenos detalhes que a flora local escondia delicadamente em meio ás trilhas…
Belos detalhes da flora existente entre rio e mata
Tanto detalhes fundamentais para quem realmente aprecia trilhas que mal conseguia fazer com que a caminhada rendesse. Sempre acabava ficando para trás em relação ao grupo pois me empolgava muito com a quantidade de belas composições fotográficas que era capaz de construir a cada passo que evolui-a trilha adentro.
Detalhes tão fundamentais que era fácil passar por alguns totalmente sem perceber a vida naturalmente brotando dos galhos das árvores.
Um ninho de pássaros à altura das lentes
Encontrar um ninho cheio de pássaros recém nascidos foi um dos pontos altos da trilha no meio da mata – foi necessário muito tempo e paciência com o blogueiro aqui, que optou por registrar tanto os detalhes que fizeram a diferença nessa caminhada tão fantástica no meio do Rio do Boi.
Outro grande problema que os companheiros de trilha encontraram com o blogueiro que vos escreve foi a paciência para entender que tenho um grande problema com piscinas naturais – elas me atraem, me puxam com muita força para suas águas – eu não conseguia evoluir nas caminhadas pois acabava sempre querendo mergulhar em cada piscininha que encontrava no meio caminho – a propósito essa trilha deveria ser batizada por “Trilha das piscinas do Itaimbezinho” – elas eram várias, por todos os lados o rio empoçava e formava belas paisagens no chão, com uma água tão cristalina que era possível avistar as pedras do fundo localizadas entre 3 e 5 metros da superfície.
O Rio do Boi se mostrou mais ativo e dinâmico do que nunca e era necessário trançar constantemente de um lado para o outro de suas margens para conseguir trilhar o caminho mais fácil – e naturalmente mais seco.
As piscinas, o rio e as pedras: Aparados da Serra e a Trilha do Rio do Boi
Mesmo buscando caminhos secos é imprescindívelmente necessário meter literalmente o pé na água. Além de mais seguro e menos escorregadio do que pelas pedras, caminhar pela água é um ritual padrão de quem realiza a Trilha do Rio do Boi até seu final.
Em certos momentos é necessário ter cautela redobrada para não levar um tombo – segurança foi tudo em nossa caminhada – e a presença do guia fez-se mais do que obrigatória para facilitar a vida dos homens e auxiliar as mulheres na caminhada rústica entre pedras, trilhas na mata, grandes travessias no meio do rio e assim sucessivamente.
O visual era de tirar o fôlego sem muito esforço. Bastava parar por alguns momentos e contemplar as pedras que tomavam conta de praticamente todas as composições. Sensacional ter o clima típico de serras, fechado, nublado mas não chuvoso – as nuvens se acumulavam na base dos cânions e a todo momento eu só pedia a Deus para levá-las para longe dali quando chegássemos no ápice da caminhada – o momento em que os paredões se fecham e é possível tirar a clássica foto entre as paredes com mais de 700 metros de altura. E quando você avistar o pico da foto a seguir, esteja preparado para o que vem pela frente!
Pico no plano de fundo e o visual do Rio do Boi
Caminhando um pouco mais encontramos um belo tobogã natural, que foi a nossa primeira parada estratégica (e divertidíssima) na Triha do Rio do Boi!
Tobogã do Rio do Boi no Parque Aparados da Serra
O visual sensacional do pico que os locais consideram ser Dedo de Deus constratou perfeitamente com os tons de cinza das nuvens. A diversão no tobogã escorregadio de pedras dessa parte do Rio do Boi compensou a temperatura gelada da água.
Foi muito legal deixar-se levar pela correnteza e cair em uma piscina natural que proporcionou até um mergulhinho (bem de leve!)
E eu queria sempre mais! Amo ambientes aquáticos e não conseguia realmente render nas trilhas pois queria mergulhar em todas as piscininhas que ia encontrando – chegava muitas vezes a caminhar mais rápido do que o grupo para esperar todos mergulhando em um dos poços de água que me eram totalmente convidativos (apesar da água estar constantemente muito fria).
Não havia nada melhor do que se cansar, chegar a ficar completamente suado pelo esforço físico vencendo as barreiras e por fim dar aquele mergulho refrescante em qualquer que fosse a piscina que encontrasse adiante.
Várias piscinas naturais ao longo da Trilha do Rio do Boi
É claro que não estávamos completamente sós nessa trilha. Ainda encontrávamos alguns trilheiros no meio do caminho de tempos em tempos, mas quem estava sempre nos acompanhando eram os verdadeiros residentes deste parque – os animais que encontrávamos por todos os cantos – inclusive algumas belas aranhas caranguejeiras.
Aranhas caranguejeiras são comuns em regiões úmidas e com pedras
Depois de muito esforço, de muita caminhada, algumas paradas, vários mergulhos refrescantes assim com roupa e tudo, conseguimos chegar até ao ponto alto dessa trilha, o momento em que conseguimos contemplar a bela vista dos paredões do Itaimbezinho e enfim a bela e clássica foto de quem um dia se aventurou e chegou até o fim da trilha do Rio do Boi, missão dada é missão cumprida!
No fim da Trilha do Rio do Boi: embaixo SC, acima RS
Realmente não é uma trilha das mais fáceis que já realizei em minha vida.
Além de exigir um pouco de preparo físico de seus visitantes, o Parque Nacional de Aparados da Serra reserva belas experiências com a natureza para quem decide chegar até o final. Prepare-se antes de optar por realizar esse passeio – são cerca de 9 horas para a ida e volta, dependendo sempre da performance do grupo e da quantidade de paradas que são realizadas no decorrer da trilha.
No momento que começamos a retornar para a base inicial da trilha, fomos brindados com um pouco mais de sol, e de um céu azul que foi timidamente espantando as nuvens. Tudo ficou muito colorido e as piscinas intimavam a todos por breves momentos de refrescância.
Enquanto caminhávamos sentido rio acima, encontramos uma bela cachoeira que foi definida como um ponto de parada obrigatório para quando estivéssemos voltando. Eu, mais uma vez dei uma breve esticadinha para aproveitar mais tempo nesse lugar maravilhoso.
Beleza natural e paisagens exuberantes no encontro dos paredões do Itaimbezinho
Afinal de contas não há nada melhor para se renovar de uma bela caminhada de 8 horas do que uma cachoeira com água geladíssima – que lavou a minha alma com toda a certeza e renovou as forças para terminar a caminhada de volta com tranquilidade e muita paz de espírito.
Lavando a alma em uma das cachoeiras da Trilha do Rio do Boi
A volta foi mais tranquila, ao invés de seguir no caminho da trilha pelas pedras, fizemos boa parte do retorno por uma trilha no meio da mata, que durou basicamente a metade do tempo que gastaríamos pelas pedras.
Além de mudar o visual e o ritmo da caminhada, sempre acabávamos encontrando alguns moradores oficiais do Parque de Aparados da Serra que mereciam um belo click.
Finalizamos a trilha com sucesso absoluto e preparados para as próximas experiências que essa visita ao sul do Brasil ainda nos iria render nos próximos dias – aguardem muito mais sobre os AdventureBloggers nos posts que virão em breve!
Algumas belas taturanas, mas não vá tocá-las hein! 😉
Se você gostou bastante do visual da Trilha do Rio do Boi, no Parque Nacional de Aparados da Serra, então pode conferir as fotos em uma resolução melhor na galeria de imagens que criamos exclusivamente para essa trilha. Clique e confira -> Galeria de Fotos – Rio do Boi – Aparados da Serra.
Serviço
Trilha do Rio do Boi no Cânion Itaimbezinho
Parque Nacional Aparados da Serra
Localização:12 km do centro do município de Praia Grande (SC), a 5 km da Pousada Aracema/13 km da Pousada Magia das Águas.
Ingresso: R$6,00 por pessoa – Serviço de guia: obrigatório – grupo máximo de 8 pessoas por guia | Funcionamento: quarta a domingo e feriados das 9H às 17H
Muito bom, companheiro
É ótimo reviver os bons momentos desta trilha maravilhosa. Ótimas fotos (como sempre)
Grande abraço