Quando embarquei para a Indonésia em um voo da AirAsia que partiu de Phuket na Tailândia, sequer era capaz de imaginar o exôtismo das experiências que estava presetes a realizar. Vencido o aeroporto, carro alugado e com as primeiras impressões sobre Denpasar e Bali adquiridas, rumamos para o norte, mais especificamente para o centro da Ilha, uma preciosidade turística chamada Ubud.
Bali é uma ilha gigantesca. Com mais de 5.000 kilômetros quadrados, possui mais de 4 milhões de habitantes em seu território e em algumas outras ilhotas que fazem parte do estado de Bali. Este seria o segundo país que visitaria em minha vida no qual a religião católica não representa a predominância, menos de 2% da população balinense pratica o catolicismo e em contra partida o hinduismo é a religião oficial com mais de 83% de fiéis em todo território.
E a seguir vocês podem conferir um vídeo que registrei enquanto percorríamos as rodovias que conectam Denpasar a Ubud.
Chegamos debaixo de uma chuva torrencial fortíssima e sequer demos chance para Denpasar. Em uma ilha tão populosa os objetivos em um primeiro momento eram exclusivamente os de fugir da rota turística! Decidimos percorrer as cidades mais alternativas, distantes da Babilônia Balinense (que leva o nome de KUTA!) e buscaríamos focar nas belezas naturais, desbravando os lugares não tão explorados pelos australianos que eram responsáveis pela grande maioria da parcela de turistas estrangeiros nesse período que visitei a Indonésia.
Campos de Arroz na chegada a Ubud, no interior de Bali
O objetivo inicial ao chegar em Ubud foi encontrar um bom hotel para descansar dos dias intensos na Tailândia, recarregando ao máximo as baterias para enfrentar a maratona ao redor da ilha que estávamos prestes a encarar. E desde a avenida principal encontrávamos várias placas indicando que os hotéis ficavam mesmo fora da rua principal, e quando adentrava os curtos espaços entre as lojas que conduzia-nos até belíssimos campos de arroz, com algumas alternativas de hospedagem em conta.
Procurando um hotel no meio dos campos de arroz de Bali
Como a exploração turística era mais brutal ao sul, na região de Denpasar e Kuta, restou para nós um corre-corre de duas horas até encontrar a solução perfeita para a primeira noite em Bali. Um hotelzinho familiar com ar de spa oriental, no meio do arrozal a um custo extra-econômico e já era possível dizer que tínhamos endereço em Ubud (ao menos por um dia!). As estátuas, altares e ídolos representando deuses do hinduismo estavam presentes em praticamente todos os lugares visitados. Era como chegar a qualquer estabelecimento comercial brasileiro e ter uma gigantesca imagem de qualquer santo católico adornada com oferendas. As composições fotográficas não poderiam ser melhores!
Estátuas de ídolos e deuses do hinduismo
Tá tudo muito bom, tá tudo muito bem, tudo lindo, um novo país, nova religião, nova cultura, mas a fome continuava a mesma de sempre! Conhecer tantos lugares e ter uma vida viajante intensa abre o apetite de uma forma tremenda! E aí o que será que tem pra comer na Indonésia?! E depois de instalados no novo hotel, entramos no veículo alugado e partimos para a primeira feira que vimos na frente. A idéia era conhecer um pouco mais da cultura local, comer pagando barato e socializar com os nativos. Logo na chegada na feira fomos surpreendidos por um mar de motos estacionadas na entrada, e quanto mais conhecia de Bali, mais ficava completamemte impressionado! Minha primeira refeição em Ubud foi algo para ficar marcado na história da minha carreira viajante!
Matando a fome numa feira em Ubud
Aquela linguiça parecia ser muito suculenta, mas o que tinha nela?! Bem, fui lá perguntar a moça em inglês…, sem sucesso! Ela riu e me mostrou um 9 com as mãos e apontou para 5 ou 6 ítens. Eu de cara compreendi a mimica. Eu pagaria 9.000 rúpias da Indonésia por 6 porções que eu poderia escolher a vontade. Era 1 dólar por um pacotinho de comida caseira tipicamente balinense. Confesso que no começo eu fiquei com receio ao ver ela fazendo tantos pacotinhos de comida com as mãos, sem muita higiene e fiquei com bastante receio com relação a minha saúde, pois afinal de contas para ficar mais de um mês fora de casa é necessário manter-se com saúde e pegar um verme, ameba ou qualquer tipo de desarranjo intestinal no meu primeiro dia em Bali seria um grande desastre.
TV Boa Viagem presente na culinária de rua da Ilha de Bali
Além de apimentada (assim como amo qualquer tipo de comida), estava simplesmente delicioso! Eu comi, lambi os dedos e depois quando já estávamos caminhando pela feira, confesso que eu quis voltar para comprar mais uma quentinha daquelas! 😀
E não é só de comida que vive o comércio dos feirantes de Bali!
Caminhando por uma feira no centro de Ubud
Frutas, e flores. Muitas flores! Usadas para as oferendas diárias, encontrei várias bancas de feirantes que comercializavam exclusivamente flores! O tempo urgia e ainda tinhamos algum tempo de luz do dia e decidímos dar uma volta nos arredores de Ubud para conhecer um pouco mais a região. Sem optar pelo rumo, sem GPS e apenas com os mapas e orientações de quem encontrávamos pelas rodovias, partímos parando nos templos que mais chamavam a atenção para registrar em fotos esses contatos diretos com a cultura balinense.
Visitando alguns templos Hindu em Bali
Depois seguimos nosso caminho de volta a Ubud para descansar e nos preparar para seguir viagem no dia seguinte. No meio do caminho de volta fomos surpreendidos por uma cena um tanto quanto interessante. Uma familia gigantesca de balinenses estava sentada em uma área na beirada da estrada. No primeiro momento não conseguimos compreender muito os motivos, mas eram dezenas de pessoas em comunhão, cozinhando e conversando. Eles estavam desfrutando de bons momentos em grupo e essa foi a oportunidade perfeita para registrar algumas fotos que ilustrem o perfil do povo que habita a ilha de Bali.
Nativos, macacos, campos de arroz e muito mais sobre Bali no Boa Viagem
Encontramos diversos macacos no meio do caminho em vários pontos da estrada – eles estavam nos preparando para o que viria pela frente – no dia seguinte acordaríamos bem cedo para visitar o Santuário da Floresta Sagrada dos Macacos em Ubud, assunto da próxima matéria sobre o Sudeste da Ásia aqui aqui no Boa Viagem.
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